Nova tiragem de 'O suicídio e sua prevenção'

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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

O suicídio sempre existiu, mas continuará fazendo parte da experiência humana para sempre? O “direito” ao suicídio deveria ser assegurado? Ou, ao contrário, a sociedade deve se mobilizar cada vez mais para tentar evitar os comportamentos suicidas? Em O suicídio e sua prevenção, que acaba de ganhar nova tiragem, o médico José Manoel Bertolote, que recebeu o prêmio Ringel Service Award, da International Association for Suicide Prevention, órgão da Organização Mundial de Saúde (OMS), aborda o assunto de forma analítica e do ponto de vista da prevenção, a partir de uma perspectiva holística acerca das causas dos comportamentos suicidas. Ele resgata as formas como a humanidade interpretou o suicídio ao longo da história e integra essas visões, criando um paradigma biopsicossocial que agrega aspectos culturais e sua influência sobre os comportamentos suicidas em diferentes países.

“O suicídio é a pior de todas as tragédias humanas. Não apenas representa a culminância de um sofrimento insuportável para o indivíduo, mas também significa uma dor perpétua e um questionamento torturante, infindável, para os que ficam”, anota na apresentação Diego De Leo, professor de psiquiatria e diretor do Instituto Australiano para Pesquisa e Prevenção do Suicídio. “O número de afetados pelo suicídio de uma pessoa próxima varia, compreensivelmente, de país para país, de cultura para cultura. Sabe-se que, no mundo ocidental, no mínimo de cinco a seis pessoas ficam profundamente afetadas por uma morte causada por suicídio.”

Em sua obra de um tema muitas vezes considerado tabu, o autor defende, assim, que é possível mapear as pessoas que estão passando por comportamentos suicidas, identificá-las e ajudá-las a superar a situação que poderia levá-las a dar fim às próprias vidas. Ele reproduz em parte e comenta os programas de prevenção ao suicídio criados recentemente pela Organização das Nações Unidas (ONU) e OMS, onde ele foi coordenador da equipe de transtornos mentais e neurológicos. Adotados por vários países, inclusive o Brasil, mas ainda pouco assimilados, esses programas dirigem-se principalmente a profissionais da saúde, da educação e da mídia. “Para tentar entender as circunstâncias, os motivos, as razões pelas quais alguém tira a própria vida, em último caso, qual é a ‘etiologia’ do suicídio, deve-se esclarecer que, à diferença de uma doença infecciosa, que tem uma etiologia (ou agente etiológico) conhecida, o suicídio constitui o que se considera uma condição com multicausalidade”, explica o autor.

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp