Nesta história dos polímatas, historiador inglês traz a lume como quinhentos intelectuais da Renascença à atualidade revolucionaram várias áreas da ciência ao longo de suas vidas
É possível pensar em Leonardo da Vinci como realizador de descobertas e avanços em apenas um campo do conhecimento? Impossível. A ele, pode-se atribuir atividades como pintura, engenharia de máquinas voadoras, desenhos e descrições do corpo humano, estudos matemáticos, ópticos e muito mais. A esse tipo de intelectual múltiplo, que não se deixa restringir pelas paredes de determinada disciplina, dá-se o nome de polímata, adepto da polimatia. Pois em O polímata: uma história cultural de Leonardo da Vinci a Susan Sontag, que acaba de ganhar nova tiragem, o consagrado historiador inglês Peter Burke esmiúça a vida de 500 polímatas atuantes dos séculos XV ao XXI, numa rica história social e cultural do conhecimento.
“Este livro pretende ser mais que uma galeria de retratos individuais, por mais fascinantes que tenham sido os retratados. Os retratos precisam de enquadramento, às vezes por comparação, mais frequentemente por contextualização”, anota Peter Burke. “Um dos principais objetivos deste estudo é descrever algumas tendências sociais e intelectuais e, assim, responder a perguntas gerais sobre formas de organização social e climas de opinião favoráveis ou desfavoráveis aos empreendimentos polimáticos. Será necessário distinguir entre lugares e épocas em que a curiosidade foi incentivada ou desencorajada."
O historiador ainda pontua que uma grande preocupação de seu trabalho é a sobrevivência dos polímatas em uma cultura de crescente especialização. Neste resgate, ao longo de seus oito grandes capítulos – além de um caderno de imagens –, Burke busca responder algumas das perguntas sobre os polímatas: “o que moveu esses indivíduos? Será que foi uma curiosidade simples, ainda que onívora, aquilo que Agostinho chamou de conhecimento ‘por mero conhecimento’? Ou será que foi algo subjacente ao que as memórias do cientista político Harold Lasswell chamam de ‘paixão pela onisciência’? O que provoca as mudanças de uma disciplina a outra? Uma baixa tolerância ao tédio ou um alto grau de mente aberta? Como os polímatas encontraram tempo e energia para seus estudos multifacetados? Como ganharam a vida?.”
Abordando desde a Renascença até os dias atuais, Burke muda nossa compreensão dessa notável e atraente espécie de intelectual. Neste relato caleidoscópico, leva-nos a repensar os objetivos da educação e o destino do pensador universal em um mundo inundado de informações.
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