Padrões nas formas de morrer revelam as identidades da vida humana

Notícia
Notícias
segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Em uma análise que abrange 2 milhões de anos, Allan Kellehear discute a dimensão social da morte e os seus significados 

O professor Allan Kellehear justifica seu interesse no morrer porque ao estudá-lo vemos o reflexo do tipo de pessoa que somos. Ou seja, a conduta no morrer revela as forças sutis, íntimas e desapercebidas em nossa vida cotidiana, que moldam nossa identidade e individualidade. Essa experiência, simultaneamente complexa e natural, é investigada em um voo panorâmico de 2 milhões de anos em Uma história social do morrer, lançamento da Editora Unesp.

Começa com a alvorada da consciência da mortalidade, na Idade da Pedra; passa pela preparação para a morte nas aldeias rurais das culturas de assentamento e pela gestão do processo da morte por profissionais terceirizados nas cidades; e chega à Era Cosmopolita, a nossa, globalizada, quando o morrer se configura cada vez mais como um ato vergonhoso, trágico e antissocial.

Neste exame grande-angular da história humana do fim, identifica e descreve os padrões típicos do morrer em cada período histórico, com suas características morais e culturais, as tensões e contradições “que puxam ou empurram o moribundo à medida que ele aspira a criar ou a resistir à morte arquetípica do seu tempo”, assim como a “psicologia social por trás do modo como os morrentes se comportavam” e a responsabilidade social no final da vida.

Entre variadas heranças culturais e diferentes ambientes físicos, nosso comportamento pessoal perante a morte se mostra em um punhado de estilos simples. Como comenta Kellehear, “cada um desses estilos de morrer conta ansiosas histórias do viver em determinados ambientes físicos, econômicos e sociais”. Com isso, além de oferecer um renovado debate sobre o significado do morrer, nos oferece uma perspectiva privilegiada para refletirmos sobre o nosso destino comum e a maneira como a “experiência de morrer tornou-se gradualmente mais privada ao mesmo tempo que seu reconhecimento passava a ser mais publicamente controlado e definido”.

Sobre o autor – Allan Kellehear é professor de sociologia da Universidade de Bath, Reino Unido. Médico, recebeu seu PhD em Sociologia na Universidade de New South Wales de Sydney, Austrália. 

Título: Uma história social do morrer
Autor: Allan Kellehear
Tradução: Luiz Antônio Oliveira de Araújo
Número de páginas: 504
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ R$ 84,00
ISBN: 978-85-393-0631-2

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp