"Parentesco, direito e o inesperado", de Marilyn Strathern, acaba de ganhar nova impressão

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quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Lançado em 2015, Parentesco, direito e o inesperado: parentes são sempre uma surpresa, de Marilyn Strathern, esgotou os estoques rapidamente e acaba de ganhar nova impressão. 

Marilyn Strathern aborda uma questão central dos estudos sociais – as discussões dos antropólogos acerca dos relacionamentos como base para a descoberta das relações.  Seu objetivo é apontar a importância do papel que os apelos à relacionalidade ocupam nos estudos antropológicos e demonstrar que tais apelos são feitos a um fenômeno tanto dependente de certos modos de conhecimento, quanto onipresente (na sociedade humana).

A autora examina as relações de parentesco nos países euroamericanos e na Melanésia, Amazônia e Austrália aborígene, buscando fornecer uma visão que equilibra o peso de cada um dos pólos de uma das questões metodológicas mais antigas da antropologia – as construções regulares sobre a existência social e as construções que se amparam em aspectos culturais e históricos das sociedades humanas. 

Em que medida, pergunta ela, o parentesco nas culturas ocidentais pós-revolução científica, onde essas relações moldam-se inclusive por meio da biotecnologia, de formações familiares inusitadas e intervenções legais é o parentesco de uma sociedade baseada no conhecimento? Strathern traz o pensamento jurídico à análise, uma vez que a disciplina e sua prática necessariamente lidam com diferentes tipos de relacionamentos e situações em que relações categóricas e interpessoais entram em confronto na arena judicial, envolvendo julgamentos e apelações no terreno dos direitos humanos. 

“Os ensaios pretendem transmitir a impregnação do pensamento relacional no modo como os euroamericanos conhecem o mundo, bem como descrever a vida social que essa impregnação tem tornado – e continua a tornar – possível”, escreve a autora, que sugere: “Se os euroamericanos não se perguntam sobre o tipo de pessoas em que estão se transformando, poderiam pensar nas consequências que suas decisões acarretam para o tipo de sociedade em que gostariam de viver”. 

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp