Em artigo para o portal da revista Quatro Cinco Um, o colunista Paulo Roberto Pires recomendou a leitura de Estudos sobre a personalidade autoritária de Theodor W. Adorno, para compreender melhor comportamentos autoritários e fascistas.
"Como Hitler e Mussolini foram possíveis? Como um dia se achou razoável apoiá-los e elegê-los? Que difícil escolha teriam enfrentado seus eleitores?", pergunta-se Pires.
"Se os momentos históricos não se espelham [entre a Segunda Guerra Mundial e a atualidade], há mais semelhanças do que se poderia desejar entre cidadãos que, num tempo e noutro, abraçam valores e práticas fascistas. Não importa se são trinta ou trezentos, ridículos ou ameaçadores, se usam capuz branco ou camisa verde-e-amarela, se bebem leite ou cloroquina: uma única voz que prega o ódio é ou deveria ser motivo de inquietação — e alvo de medidas legais."
A obra Estudos sobre a personalidade autoritária é resultado de uma seleção de textos da obra original de quase mil páginas intitulada The Authoritarian Personality, escrita por Adorno, Levinson, Sanford e Frenkel-Brunswik e publicada em 1950 nos Estados Unidos. Os textos que compõem o presente livro debatem como, em plena Segunda Guerra Mundial, o fascismo não era um episódio isolado, mas estava presente de forma latente em amostras da população norte-americana da época. Sua base de argumentação procura expor como o autoritarismo mantém relações profundas com o “clima cultural geral” do modo capitalista de organização socioeconômica – o que preserva a atualidade dessa investigação.
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