Os seis volumes da Enciclopédia, em capa dura
A premiada coleção com os seis volumes em português da Enciclopédia, ou Dicionário Razoado das Ciências, Artes e Ofícios, dos iluministas Diderot e d'Alembert (seus cinco primeiros volumes foram finalistas do Prêmio Jabuti na categoria Tradução, em 2016), estão com uma condição especial de compra: 30% de desconto até 31 de agosto. Veja aqui.
Sobre a obra
Pode-se pensar na Enciclopédia, ou Dicionário razoado das ciências, das artes e dos ofícios, publicado pela Editora Unesp, como um objeto de desejo intelectual que enriquece qualquer biblioteca. E o tem sido desde junho de 1751, um best-seller longevo e símbolo do saber. Sendo a base do Iluminismo, também se constitui em fonte de consulta valiosa para compreender como o primado da razão e do progresso associado ao trabalho sucedeu ao domínio religioso e monárquico. Mas este monumento da civilização Ocidental é igualmente um documento moderno, que pode servir de inspiração para discutir as formas de organização do conhecimento na Era da informação digital.
Neste sentido, esta edição em seis volumes, a mais abrangente versão fora da França, surge justamente quando o pensamento racional é ameaçado por perspectivas dogmáticas que se propagam em um mundo cada vez mais fragmentado. Pois se hoje a comunicação trafega por sistemas digitais interconectados, os enciclopedistas do século XVIII já proponham construir uma grande rede de informações que abarcasse e ligasse todos os campos do conhecimento humano a partir de uma estrutura racional.
Como resultado, os volumes ficam livres de inevitáveis anacronismos, mas oferecem material mais do que suficiente para tornar acessível ao leitor brasileiro a obra que colocou o homem no centro do processo de obtenção do conhecimento, impulsionando a ciência, a filosofia e a razão para os patamares que conhecemos hoje. Se com isso eles forneceram as bases para a reinvenção do Ocidente desde o Iluminismo, podem muito bem fornecer a inspiração para novamente enfrentarmos a tarefa de repensar o mundo.
Projeto editorial ambicioso
Em junho de 1751, Diderot e d’Alembert apresentavam ao mundo o primeiro volume da Enciclopédia, ou Dicionário razoado das ciências, das artes e dos ofícios. Os últimos de seus 28 volumes saíram em 1772. Nesse ínterim, ocorreram diversas polêmicas, conflitos com nobres e religiosos e censura, já que a obra era uma declaração clara de um espírito independente, que tirava a primazia da teologia para colocar a razão e a ciência em seu lugar e afirmava os valores da burguesia (trabalho, liberdade e progresso) frente à autoridade da monarquia. Enfim, uma grande ameaça à religião e à ordem política do Antigo Regime.
Buscando resumir todo o conhecimento humano disponível até então, o projeto reuniu os principais pensadores franceses da época. A dificuldade, enfrentada por Diderot, além de organizar esse material, foi colocar lado a lado personalidades de temperamentos fortes e muitas vezes que se combatiam entre si, como era o caso de Rousseau e Voltaire.
Na obra original, os verbetes estão arranjados em uma simples ordem alfabética, que foi mantida na edição em português, mas acrescentando uma divisão temática, que se reproduz nos volumes:
1. Discurso preliminar e outros textos, onde se contextualiza e se apresenta o projeto intelectual da Enciclopédia;
2. O sistema dos conhecimentos, em cujos verbetes filosóficos se manifesta a nova concepção de mundo e uma postura que se opõe a todo fanatismo;
3. Ciências da natureza, um registro acurado do conhecimento de Física, Matemática, Química e História Natural da época;
4. Política, que, mais do que um manifesto da emergente burguesia, questiona as forças históricas e reafirma o movimento pela liberdade;
5. Sociedade e arte, que permite observar os modos como uma dada sociedade se manifesta;
6. Metafísica, último volume, que reúne verbetes dedicados a questões propriamente metafísicas.