Publicado em 1983, pouco depois da Teoria da ação comunicativa, o livro contém artigos que defendem e ilustram o trabalho das ciências reconstrutivas
Os escritos do filósofo alemão Jürgen Habermas são instigantes e poderosos: alguns se desdobraram – e desdobram – para uma discussão atual na filosofia moral e política, no direito e nas ciências sociais, nas controvérsias acerca da justiça e da democracia ou nos ricos debates levados a cabo pelo feminismo; outros perderam força depois, sendo reatualizados. É o caso de Consciência moral e ação comunicativa, tradução levada a cabo pela Editora Unesp que ora o leitor lusófono tem em mãos.
“Publicado em 1983, pouco depois da Teoria da ação comunicativa, o presente livro é composto de quatro artigos. Os dois primeiros, mais breves, baseiam-se em palestras proferidas nos dois anos anteriores: o primeiro deles, ‘A filosofia como guardador de lugar e intérprete’, expõe a proposta de uma divisão de trabalho entre pesquisas empíricas e filosóficas inspiradas na epistemologia genética de Jean Piaget; o segundo, ‘Ciências sociais reconstrutivas versus compreensivas’, toma como modelo a teoria moral de Lawrence Kohlberg para esclarecer a interpenetração entre as explicações causais e as hipóteses reconstrutivas”, pontua a pesquisadora e professora do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Marina Velasco, na apresentação da edição.
Ela continua: “Os artigos terceiro e quarto são os mais ambiciosos, e volumosos, do livro: o longo ensaio no qual expõe o programa de fundamentação da ética do discurso, ‘Ética do discurso: notas para um programa de fundamentação’, e o outro extenso ensaio, que dá título ao livro, ‘Consciência moral e ação comunicativa’, no qual Habermas tenta levar à prática a divisão de trabalho recomendada entre pesquisa empírica e filosófica com a teoria do desenvolvimento da consciência moral de Kohlberg. Assim, as duas tarefas centrais do livro consistem em, de um lado, caracterizar e encaminhar o trabalho a ser realizado pelas ciências reconstrutivas e, de outro, sentar as bases de uma nova ciência reconstrutiva muito importante: a ética do discurso.”
A ética do discurso pretende reconstruir em termos crítico-normativos o procedimento de acordo com o qual conflitos de ação socialmente relevantes podem encontrar uma solução consensual moralmente justificada com base na autonomia de cada pessoa. Desse modo, a própria ética do discurso pode ser reduzida ao princípio discursivo, segundo o qual só podem pretender validade as normas que encontram (ou poderiam encontrar) o assentimento de todos os concernidos como participantes de um discurso prático. “As vicissitudes da ética do discurso nos fornecem o fio condutor para entender o desenvolvimento de toda a teoria posterior de Habermas sobre o direito e a democracia”, explica Velasco. “Não por acaso, o livro Consciência moral e e ação comunicativa costuma ser lembrado pelo ensaio seminal dedicado ao programa de fundamentação da ética do discurso.”
Sobre o autor
Um dos mais importantes filósofos da atualidade, Jürgen Habermas, nascido na Alemanha em 1929, criou uma visão sobre as relações entre linguagem e sociedade. Foi professor de Filosofia da Universidade de Heidelberg e da New York School for Social Research, além de codiretor do Instituto Max Plank para a Investigação das Condições de Vida do Mundo Técnico-Científico, em Starnberg. Pela Editora Unesp, já são 16 obras do pensador publicadas na Coleção Habermas.
Título: Consciência moral e ação comunicativa
Autor: Jürgen Habermas
Tradução: Rúrion Melo
Número de páginas: 314
Formato: 13,7 x 21 cm
Preço: R$ 78
ISBN: 978-65-5711-101-7
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