Todorov traça panorama da crítica no século XX e propõe modelo dialógico

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segunda-feira, 23 de novembro de 2015


Todorov traça panorama da crítica no século XX e propõe modelo dialógico

“A crítica não constitui um apêndice superficial da literatura, mas sim seu duplo necessário”, afirma o filósofo e crítico literário búlgaro Tzvetan Todorov em seu mais recente título lançado no Brasil pela Editora Unesp, Crítica da crítica: um romance de aprendizagempublicado originalmente na França em 1987 e que vem integrar coleção que leva seu nome.

Ainda que por si só esse argumento já justifique a empreitada, seu propósito não é defender ou legitimar a crítica. O livro trata de dois temas sobrepostos e, em cada um deles, persegue um duplo objetivo. Primeiro, observa como foi pensada a literatura e a crítica no século XX – e imagina com o que se pareceria um pensamento correto sobre a literatura e sobre a crítica. Depois, analisa as grandes correntes ideológicas dessa época, a maneira como se manifestam por meio da reflexão sobre a literatura – e discute qual posição ideológica é mais defensável que as outras.

Para tanto, Todorov recorre a um gênero híbrido: uma narrativa; no caso, “a história de uma aventura do espírito, a reflexão sobre a literatura no século XX, através da qual se lê, em transparência, uma busca da verdade”, explica o filósofo, que, para ilustrar essa busca, seleciona uma dezena de representantes de diversas correntes críticas e mesmo de diversas famílias de pensamento: historiadores, bem como autores dogmáticos e científicos, pensadores religiosos e militantes políticos, ensaístas, romancistas e poetas. 

Analisa a linguagem poética dos formalistas russos; o retorno do épico com Döblin e Brecht; os críticos-escritores Sartre, Blanchot e Barthes; o humano e o inter-humano em Mikhail Bakhtin; o conhecimento e engajamento de Northrop Frye; a crítica realista, a partir da correspondência com Ian Watt; e a literatura como fato e valor em conversa com Paul Bénichou. Em todos os casos, busca elementos de doutrina que coloquem em questão a estética e a ideologia “românticas” sem significar, neste sentido, um retorno aos dogmas “clássicos”. 

Ao final, propõe uma crítica dialógica, a partir da análise de si próprio: “fui, sou, esse ‘romântico’ que procura pensar a superação do romantismo através da análise de autores com os quais, sucessivamente, me identifiquei”. A obra acaba por se configurar um romance (ainda que inacabado) da própria aprendizagem de Todorov.

Sobre o autor - Nascido na Bulgária, em 1939, Tzvetan Todorov radicou-se na França em 1963. Filósofo, historiador, crítico literário, é autor de dezenas de obras. Sua trajetória intelectual é permeada pela multiplicidade temática. Inscreve-se entre os expoentes surgidos no século XX no campo das ciências humanas. De sua obra, a Editora Unesp já publicou Teoria da literatura: textos dos formalistas russos (2013), Simbolismo e interpretação (2014), A vida em comum: ensaio de antropologia geral (2014) e Teorias do símbolo (2014).

TítuloCrítica da crítica: um romance de aprendizagem
Autor: Tzvetan Todorov
Tradução: Maria Angélica Deângeli e Norma Wimmer
Número de páginas: 264
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 52,00
ISBN: 978-85-393-0609-1


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