Retrato de Hegel por Jakob Schlesinger (Wikipédia)
Considerado uma pequena obra-prima da filosofia do século 20, o livro Três Estudos sobre Hegel, do pensador alemão Theodor W. Adorno, ganha nova tiragem.
A obra foi publicada pela primeira vez em 1963 e traz uma importante reinterpretação de Hegel e ilumina a evolução da teoria crítica de Adorno, para quem as questões de interpretação textual e filosóficas são interligadas.
Os três ensaios que integram o livro foram escritos entre 1956 e 1963, quando o debate adorniano a respeito da dialética de Hegel toma corpo. O primeiro ensaio (“Aspectos”), enfoca a relação entre razão, indivíduo e sociedade em Hegel, e faz uma defesa do filósofo contra a crítica que o apontava como simples apologista da sociedade burguesa. O segundo texto (“Conteúdo da experiência”) examina o idealismo de Hegel, considerando a noção de experiência em relação a imediatismo, realidade empírica, ciência e sociedade. No terceiro estudo (“Skoteinos ou Como ler”), Adorno mostra sua singular e surpreendente compreensão de Hegel.
“Mais do que em qualquer outro de seus livros, é nas leituras sobre Hegel que Adorno define a configuração de sua própria tarefa filosófica”, escreve Vladimir Safatle na apresentação da obra, enfatizando que Três estudos representa um dos momentos mais privilegiados entre aquelas leituras.
A tradução dos ensaios parte de umas das últimas edições em alemão (2003) e compila as versões mais prestigiadas feitas para o inglês, o francês e o espanhol.