Para Marx (1818 - 1883), o ser humano é livre quando produz sem o agulhão da necessidade física. Esta é a natureza essencial de todos os indivíduos. Eagleton nos faz ver que Marx está mais preocupado com a diferença do que com a igualdade e que a liberdade, para ele, implicaria a libertação do trabalho comercial: “superabundância criativa acima do que é materialmente essencial”.
Terry Eagleton é teórico e crítico literário, filósofo e intelectual público. Atualmente, ocupa o cargo de Distinguished Professor de Literatura Inglesa na Universidade de Lancaster. Entre seus vários trabalhos publicados no Brasil, destacam-se Ideologia: uma introdução (Editora Unesp/Boitempo, 1997), além de Marx e a liberdade (2002), A tarefa do crítico (2010), A ideia de cultura (2.ed., 2011), Doce violência: A ideia do trágico (2013), O sentido da vida: uma brevíssima introdução (2021), Sobre o mal (2022), Esperança sem otimismo (2023), Materialismo (2023) ) e O acontecimento da literatura (2024), todos pela Editora Unesp.
Este perfil biográfico e intelectual de Terry Eagleton, além de acompanhar a trajetória do mais rebelde dos críticos culturais ingleses, ilumina as transformações da teoria cultural, da história das ideias, da sociologia e da própria teoria marxista nos últimos cinquenta anos. Acompanhamos aqui a gênese da visão política deste prolífico e profundo defensor do igualitarismo e compartilhamos de seu olhar aguçado para desafiar e modificar o campo da teoria literária.
Eagleton toma como base sua insatisfação quanto ao significado antropológico amplo e com o sentido estético rígido da "cultura", e busca algo que a diferencie de outros conceitos fundamentais da Sociologia, por considerar em jogo o uso do conteúdo da alta cultura. Busca as transformações históricas pelas quais o termo passou e seus usos contemporâneos. Ao mergulhar na crise moderna da idéia de cultura, aborda os choques culturais, a dialética da natureza e da cultura, dialogando com Marx, Nietzsche e Freud, e aprofunda a visão com relação à homogeneização da cultura de massas, a função da cultura na estruturação do Estado-Nação e a construção de identidades e sistemas doutrinários.
O artigo de Alan Turing (1912-1954) On Computable Numbers, de 1936, em que se apresenta a máquina de Turing, foi um marco no pensamento do século XX: expôs um problema profundo para os fundamentos da matemática, forneceu os princípios do computador eletrônico desenvolvido no pós-guerra e propiciou, também, uma nova abordagem da Filosofia da Mente. Influenciado pelo seu crucial trabalho de desvendamento de códigos durante a Segunda Grande Guerra e pela pioneira elaboração dos primeiros computadores eletrônicos, Turing sugeriu que todas as operações da mente poderiam ser desempenhadas por computadores. Sua tese, que se tornou famosa com o humor e drama da chamada Tese de Turing, constitui o fundamento da moderna Inteligência Artificial. Neste livro, Andrew Hodges provê uma análise original e crítica do desenvolvimento de Turing, relacionando-o à sua vida extraordinária e também às mais recentes ideias de Roger Penrose.
Um dos nomes de proa da nova esquerda anglo-saxã, Eagleton apresenta uma visão panorâmica do pensamento contemporâneo para mostrar a atualidade do conceito de ideologia. Articulando filosofia, crítica literária e política, o autor desenvolve uma leitura cruzada de autores como Schopenhauer, Nietzsche, Freud e vários pós-estruturalistas. Tal estratégia visa reapresentar a noção de ideologia com base em novos moldes.
Marxismo e crítica literária consiste em um criterioso e, ao mesmo tempo, conciso estudo sobre a relação entre o pensamento marxista e a produção artística. Ao longo da obra, Terry Eagleton interpreta textos de Marx e Engels, bem como analisa o trabalho de autores como Plekhanov, Trotski, Lenin, Lukács, Goldmann, Caudwell, Benjamin e Brecht. Uma leitura de referência para a crítica literária.