Muito mais do que um internacionalista, Leandro Konder é um dos poucos marxistas universais que temos no Brasil. Raros são os temas, com profundo conhecimento de causa, que ele não abordou em seus mais de quarenta anos de intensa atividade intelectual e mlitante. Da literatura à filosofia, da política concreta às grandes metas de uma radical transformação social, ele é parte também dos embates que a esquerda travou nesse período. Este balanço/homenagem que diversos intelectuais fazem de sua obra é um claro desmentido aos teóricos apressados, tão em moda há algum tempo, que advogam, de maneira rasa, o fim da história e a morte do marxismo.
Maria Orlanda Pinassi é professora adjunta da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, campus de Araraquara. Tem experiência na área de sociologia, com ênfase em teoria marxiana e teoria marxista contemporânea.
Apoiada em criteriosa pesquisa, a autora traça o perfil dos intelectuais envolvidos no projeto da Revista Niterói. Analisando o contexto social e político, no qual este projeto se insere, esta reflexão, através de cuidadoso exame das ligações desses autores com o debate de idéias da época, constitui-se material fundamental para a configuração de um dos ideários que orientaram os debates em torno dos rumos da nação.
Corsi retorna à época do Estado Novo a fim de compreender a relação entre as diretrizes da política externa e a implementação de um projeto nacional. As vantagens políticas e econômicas alcançadas por Getúlio Vargas, na esfera das relações internacionais, aparecem como peça fundamental na costura da unidade nacional e da viabilização do processo de industrialização. Inserção mundial e consolidação nacional são assim avaliadas com base em uma óptica renovada.
Nesta obra, Bobbio visita a obra seminal de Kelsen, influência constante de todo o seu pensamento político e jurídico. Nessa trajetória, temas centrais como o estabelecimento de um sistema legal internacional são devidamente abordados com as costumeiras originalidade e profundidade que sempre caracterizaram o mestre italiano.
Paul K. Feyerabend, um dos filósofos da ciência mais citados e controvertidos de nosso tempo, completou sua biografia em seu último mês de vida. Em um estilo límpido e vibrante, o autor evoca sua família, a ascensão do nazismo, a Segunda Guerra Mundial e cenas do teatro, da música lírica, dos trabalhos da filosofia da ciência, as mulheres de sua vida e suas relações com alguns dos intelectuais mais importantes deste século: Brecht, Wittgenstein e Popper.
Neste livro, Igor Fuser analisa em profundidade o papel do petróleo na definição da política norte-americana para o Golfo Pérsico entre 1945 e 2003, com ênfase na relação entre o aumento da dependência dos Estados Unidos em relação aos combustíveis importados e seu crescente intervencionismo na região. O autor demonstra que, para entender os motivos da invasão do Iraque pelos Estados Unidos, é preciso ir muito além de temas como terrorismo, armas de destruição em massa e o suposto interesse norte-americano na promoção da democracia. A postura unilateral e belicosa adotada pelo presidente George W. Bush após os atentados de 11 de setembro, sem dúvida, ajuda a explicar a polêmica iniciativa militar. Ainda assim, a história da política dos Estados Unidos no Oriente Médio nos últimos sessenta anos revela uma notável continuidade entre a agressão militar ao Iraque e a conduta dos governos anteriores – republicanos ou democratas. Entre os objetivos permanentes que a maior potência do planeta persegue naquela região, destaca-se, em primeiro plano, o controle de suas imensas reservas de petróleo.