O livro recupera importante parte da história do período colonial paulista. O autor, ao lado do fotógrafo Manoel Nunes da Silva, percorreu diversos caminhos sugeridos pelo escritor Mário de Andrade para registrar e analisar as igrejas e as obras de arte nelas contidas, nas mais diversas regiões do Estado de São Paulo. A obra estabelece os fundamentos para a progressiva valorização da história da arte religiosa paulista e do seu rico patrimônio cultural, que ainda esperam para ter suas histórias contadas com maiores detalhes.
Percival Tirapeli (Nhandeara, SP, 1952) é professor titular em História da Arte Brasileira no Instituto de Artes da Unesp. Mestre e doutor pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Autor de 25 livros sobre história da arte brasileira e latino-americana, com ênfase no período colonial, entre eles Arte dos Jesuítas na Ibero-América ( Edições Loyola, 2020), Patrimônio Colonial Latino-Americano (Edições Sesc, 2018, indicado para o Prêmio Jabuti e Prêmio Sérgio Milliet pela Associação Brasileira de Críticos de Artes), Igrejas Paulistas: Barroco e Rococó (Editora Unesp, 2003, Prêmio Sérgio Milliet pela Associação Brasileira de Críticos de Artes, como melhor publicação de 2003). Ainda pela Editora Unesp publicou Arte Sacra Colonial Paulista (2000), São Paulo: Artes e Etnias (2007) e Arquitetura e urbanismo no Vale do Paraíba (2015, com Edições Sesc). Foi membro do ICOMOS Brasil e do Conselho do CONDEPHAAT (2018 – 2020), coordenador do Grupo de Pesquisa do curso de pós-graduação Barroco Memória Viva (1996-2020) e do Acervo Digital do Instituto de Artes. Artista plástico participante em duas bienais de São Paulo (1977-1983), curador do Museu de Arte Sacra de São Paulo e dos acervos dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo (Bandeirantes e Boa Vista), além de palestrante em encontros internacionais no México, Colômbia, França, Itália, Espanha e Noruega.
Essa edição comemorativa dos 20 anos do Barroco Memória Viva reúne artigos de palestras promovidas sobre as preciosidades do barroco, principalmente no Estado de São Paulo, em cidades como Mogi das Cruzes, Itu, Embu e São Roque. Não deixa de lado, porém, a produção dos Estados da Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Enfoca arquitetura, ornamentação de igrejas, literatura e música, considerando a Igreja como o pólo irradiador de cultura na época do Brasil colonial. Destaca a importância de Frei Galvão como arquiteto e da pintura colonial paulista no universo do barroco brasileiro.
O autor apresenta uma coleção de obras de arte da capital paulista, relacionando-as às origens étnicas de seus autores. Entre as inúmeras obras retratadas, encontram-se exemplares de arquitetura, escultura, pintura, algumas nunca antes expostas ao público ou reproduzidas em livro.
Esta obra apresenta uma ampla e profunda pesquisa sobre a fundação de vilas ao redor das capelas no Vale do Paraíba paulista durante o período colonial e sua expansão na época imperial, com as igrejas reformadas ao gosto eclético. Artistas como Thomas Ender, Debret e Julien Pallière nos legaram rica iconografia do período da cultura do café no século XIX, quando os senhores das fazendas construíram palacetes e ornamentaram as igrejas de cidades como Lorena, Pindamonhangaba, Bananal, Jacareí, Taubaté, Guaratinguetá, São Luiz do Paraitinga e Areias. Os cientistas viajantes, como Saint-Hilaire e Zaluar, olharam para as pequenas vilas e seus relatos são fontes para compreender aqueles núcleos, hoje pujantes cidades industriais. Destacam-se neste livro análises minuciosas sobre o patrimônio sacro, desde as técnicas construtivas até seus altares barrocos. A pesquisa adentra todo o século XIX – com as reformas de igrejas que no século XX se tornaram mais amplas, adotando o estilo eclético e o neocolonial.
Este livro é uma proposta de um itinerário das igrejas de São Paulo, em que a diversidade da arte sacra produzida na capital se oferece como farta amostra do que encontramos pelo interior do estado. Os artigos que compõem o volume nasceram de vasta pesquisa histórica, artística e iconográfica. Da taipa ao concreto, as palavras e imagens apresentam a fé vivida por um povo e materializada em arquitetura, escultura e pintura. Na arte das igrejas também se expressam, de alguma maneira, as relações sociais e a vida comunitária que se estabeleceu a partir e ao redor de cada uma dessas construções.
Obra que retrata o Museu Paulista (conhecido como Museu do Ipiranga), a partir de sua construção, em fins do século XIX, como depositário da memória nacional atrelada à paulista, construída por meio da epopeia bandeirante e da vocação desbravadora paulista, desde os tempos coloniais e materializada em objetos, documentos e iconografia, em uma narrativa cuja pertinência das análises e profundidade da pesquisa tornam o livro fundamental para os estudos sobre a disciplina História, conforme definida na ocasião e nas décadas iniciais do século XX. Resgata a figura de Affonso d'Escragnolle Taunay, quem literalmente forjou a vocação histórica do Museu Paulista durante sua atuação como diretor entre 1917 e 1939, dando lógica e ordenamento à coleção de objetos históricos espalhados pelo prédio anteriormente, separando o objetivo inicial de dedicação às ciências naturais e à exposição de exemplares da fauna e da flora brasileiras.