Tratado dos animais, de Étienne Bonnot de Condillac, e Sobre a inteligência dos animais, de Charles-Georges Le Roy
O volume engloba dois textos clássicos do estudo acerca dos animais, o Tratado dos animais, de Étienne Bonnot de Condillac, e Sobre a inteligência dos animais, de Charles-Georges LeRoy. As duas pequenas obras-primas aqui reunidas dão testemunho de uma reviravolta ocorrida na época das Luzes, quando se abre uma brecha nos domínios da metafísica clássica e da teologia, e o animal deixa de ser o outro do homem e os humanos podem se reconhecer como simples animais.
Étienne Bonnot, abade de Condillac (1714-1780), foi um dos mais radicais e significativos expoentes do empirismo do período das Luzes. Influenciou fortemente seus contemporâneos – com destaque para Diderot, d’Alembert e Rousseau – e permanece como referência para a filosofia de nosso tempo.
Charles-Georges Le Roy ou Leroy (1723-1789) foi um literato francês durante a Idade do Iluminismo e autor de um dos primeiros livros sobre o comportamento humano. Le Roy era tenente da caça real e amigo dos enciclopedistas Diderot, d'Alembert e d'Holbach, frequentando regularmente o salão deste último.
Os textos de Condillac reunidos neste volume, a Lógica à frente deles, são todos da fase derradeira de seu pensamento (1775-1780), quando o filósofo elaborou a síntese definitiva do tratamento das questões de que se ocupara desde sua estreia no mundo das letras filosóficas com o Ensaio sobre os conhecimentos humanos (1746), o qual desde o título traz a marca indelével do pensamento de Locke. Mais distantes desse escrito de juventude, entretanto clássico, os tratados da fase última se beneficiam das revisões da doutrina inicial, efetuadas pelo autor no Tratado das sensações (1754), e constituem assim uma excelente via de acesso a seu pensamento. Além da tradução integral da Lógica, o leitor encontrará aqui o Discurso preliminar dos cursos de estudos para a instrução do Príncipe de Parma e o Motivo das lições preliminares, o primeiro livro da Gramática e passagens substanciais do Dicionário de sinônimos e da Língua dos cálculos, este último certamente um dos livros mais desconcertantes surgidos na época das Luzes.
O "Ensaio sobre a origem dos conhecimentos humanos" de Condillac é uma obra capital para a filosofia das Luzes. Realiza-se aí uma sistemática e minuciosa reconstituição das operações da alma humana, ao mesmo tempo que se retraça a geração das faculdades do pensamento, desde sua origem na percepção, com a intenção de conhecê-las e determinar os limites de seu exercício. Em meio a essa investigação, a linguagem surge como o ponto de apoio do qual depende a própria constituição das faculdades superiores do espírito.
O nome do filósofo inglês Francis Bacon é normalmente associado às origens do método científico, às teses empiristas e à crença na capacidade da ciência de controlar o mundo, crença espelhada pelo conhecido lema "saber é poder". Neste livro, escrito em 1609, procura-se uma inusitada conexão entre o conhecimento e o aperfeiçoamento do homem. Trinta personagens do rico universo simbólico da mitologia grega, como Cupido e Ícaro, têm seu significado analisado por uma ótica que privilegia os ensinamentos morais e práticos que é possível retirar de cada um.
Neste conjunto de ensaios o filósofo francês Gérard Lebrun procura discutir e entender o discurso hegeliano, pondo a questão da regulação que o leitor deve adotar em relação ao Sistema hegeliano, afastando todos os juízos tradicionais sobre o andamento global do Sistema (monismo, otimismo, panlogismo, pantagrisno etc.).
O público não especializado encontra aqui as principais linhas contemporâneas de pesquisa da Epistemologia e da Filosofia da Ciência. Granger fala da diferença entre conhecimento científico e saber técnico, demonstra como a diversidade de métodos pode conviver com a unidade de perspectiva e dá uma versão não relativista da evolução das verdades científicas.