O volume reúne duas obras de George Berkeley, “Alciphron, ou o filósofo minucioso” e “Siris”. “Alciphron” é estruturado como um diálogo filosófico entre quatro personagens, no qual Berkeley combate os argumentos dos chamados “livres-pensadores” (como Mandesville ou Shaftesbury), fazendo uma apologia do Cristianismo. Já “Siris” é tanto um tratado sobre as virtudes medicinais da água de alcatrão quanto uma visão do filósofo das cadeias do ser, explorando a gradual ascensão que vai do mundo dos sentidos e da mente, até chegar ao sobrenatural e a Deus, a essência trina.
Filósofo empirista, teólogo e bispo anglicano, o irlandês George Berkeley (1685-1753) ficou conhecido, sobretudo, por defender o imaterialismo baseado no princípio de que “ser é ser percebido”. Entre suas obras, destacam-se Ensaio de uma teoria nova da visão (1709), Três diálogos entre Hylas e Philonous (1713), O Alcipron (1732), Teoria da visão (1733), O analista (1734) e O questionador (1734-1737). Pela Editora Unesp, foi publicado Obras filosóficas (2010), que reúne textos clássicos do pensador.
História natural da religião é uma profunda reflexão sobre os princípios que dão origem à crença original e como o contexto histórico, cultural e social influencia e é influenciado pelas disposições morais e filosóficas do ser humano. O percurso de Hume leva ao entendimento de que "o bem e o mal se misturam e se confundem universalmente, assim como a felicidade e a miséria, a sabedoria e a loucura, a virtude e o vício". Por esse ângulo, a religião estaria associada a princípios sublimes, ao mesmo tempo que dá ensejo a práticas as mais vis. Uma conclusão audaz para a sua época e dramaticamente corroborada pelo cenário contemporâneo.
George Berkeley é considerado um dos principais filósofos do início do período moderno. Confrontando as doutrinas filosóficas de seus predecessores, especialmente Descartes, Malebranche, Locke, Newton e Hobbes que, em sua opinião, incentivavam o ceticismo, o ateísmo e a irreligião, Berkeley defendeu o idealismo, doutrina segundo a qual a realidade consiste apenas de mentes e suas ideias. O Tratado sobre os princípios do conhecimento humano, presente na obra, é uma de suas obras mais estudadas e apresenta uma brilhante defesa do imaterialismo.
Analisando aspectos da luta que os primeiros cientistas modernos travaram contra o misticismo, o ocultismo e o orientalismo, esta obra oferece excelente oportunidade para uma ampla reflexão sobre este movimento que abalou as formas de pensar dos séculos XV e XVI, além das interpretações inovadoras de aspectos científicos do trabalho desses pioneiros.
Este é o segundo volume da coleção Pequenos Frascos, a qual apresenta pequenos textos, menos conhecidos - e, de certa forma, "marginais" - de autores consagrados nas mais diversas áreas. O presente volume apresenta um texto escrito no início do século XII, por um autor muçulmano da Andaluzia. Trata-se da história de Hayy ibn Yaqzân, um herói solitário aos moldes de Tarzã, que parte à conquista do mundo. Suas aventuras alimentam a reflexão sobre a natureza e a cultura, a civilização e a vida "selvagem" - daí a alcunha de "filósofo autodidata". A obra de Ibn Tufayl mistura a tradição mística ao racionalismo, ilustrando perfeitamente a situação da Andaluzia medieval, que situava-se a meio caminho entre o Ocidente e o Oriente, entre a Antiguidade e a Modernidade.
O público não especializado encontra aqui as principais linhas contemporâneas de pesquisa da Epistemologia e da Filosofia da Ciência. Granger fala da diferença entre conhecimento científico e saber técnico, demonstra como a diversidade de métodos pode conviver com a unidade de perspectiva e dá uma versão não relativista da evolução das verdades científicas.