Introdução, história e experiência brasileira
Este livro, com prefácio de Luiz Inácio Lula da Silva, traz um olhar sobre as múltiplas e controvertidas experiências históricas dos processos autogestionários da luta dos trabalhadores pelo socialismo, articulando o trabalho e a educação na perspectiva da promoção de um novo fazer produtivo, orientado por ações políticas, culturais, pedagógicas e solidárias.
Nascido em 1932 em Viena, Áustria, Paul Singer chegou ao Brasil em 1940. Em São Paulo, formou-se no curso técnico, graduou-se em Economia pela Universidade de São Paulo (USP), doutorou-se em Sociologia, tornou-se livre docente em Demografia e professor titular em Economia pela mesma universidade. Foi um dos fundadores do Cebrap, do PT e da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares na USP. De 2003 a 2016, foi secretário Nacional de Economia Solidária. Faleceu em 2018.
Autor de 4 livros disponíveis em nosso catálogo.
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A trajetória intelectual de Paul Singer, marcada por notável coerência, tem como um de seus pontos luminares a abordagem do socialismo democrático em construção e reconstrução no Brasil. Nesse sentido, os três textos que compõem o presente volume estão entre as contribuições potentes que Singer legou a esse campo de estudos.
Os ensaios reunidos na primeira parte do livro foram escritos nos anos que medeiam entre 1961 e 1965. Embora versando sobre temas diferentes, eles têm como elemento comum a preocupação com as mudanças estruturais que se verificam na economia quando se dá o desenvolvimento, formando assim um conjunto harmônico nas etapas da evolução do pensamento do autor Paul Singer, um dos grandes economistas da história recente de nosso país.
Análise profunda sobre repartição de renda e estrutura de classes por um dos maiores pensadores brasileiros Dominação e desigualdade, obra que retorna neste volume (seguida de Repartição da renda: pobres e ricos sob o regime militar), ocupa posição proeminente entre os clássicos do pensamento socialista democrático brasileiro, sendo um dos marcos na análise crítica do desenvolvimentismo que sobreveio a 1964. O livro traz preciosa contribuição para os debates sobre as imbricações entre repartição de renda e estrutura de classes, bem como sobre a gigantesca desigualdade de oportunidades que enfrentam aqueles que dependem de sua força de trabalho para sobreviver.
Com base em uma detalhada etnograida do caráter inflacionário do consumo entre os índios Xikrin, ele nos mostra que o desejo indígena pelos objetos que lhes são entrangeiros não é espúrio, inautêntico e exótico. Ao contrário, é a expressão de um propósito e de uma história propriamente indígenas, com profundas conexões com a cosmologia, o sistema ritual e o parentesco. Sendo parte de um projeto que estuda as transformações ocorridas entre os povos indígenas contemporâneos, este é um trabalho antropológico valioso e inovador, em que o autor reflete sobre um tema candente para muitas populações indígenas no Brasil: a relação com os não-índios, com o Estado e com a economia capitalista.
O ponto de convergência deste livro é a inconfundível defesa da autonomia operária. Os textos reunidos discutem a auto-organização dos trabalhadores, seus sucessos, obstáculos e insucessos. Escritos em uma linguagem ágil e acessível, os artigos foram publicados em jornais – como Notícias Populares, Folha de S.Paulo, O São Paulo, entre outros – a partir da década de 1970.