Ficção literária e narrativas do consumo
João Anzanello Carrascoza investiga os aspectos do consumo mobilizados na comunicação publicitária por meio de obras literárias de autores nacionais e estrangeiros. O autor demonstra como o texto publicitário mimetiza recursos linguísticos e procedimentos usuais da literatura na formação de seu cânone. O livro reúne dez ensaios publicados em revistas acadêmicas ou em obras coletivas como artigos autônomos acompanhados de um texto inédito, explorando os encontros férteis entre a arte literária e o universo publicitário.
João Anzanello Carrascoza é docente da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), instituição na qual realizou mestrado e doutorado. Desenvolveu sua pesquisa de pós-doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atuou em grandes agências de publicidade, como JWT e Young & Rubicam, e publicou os livros Razão e sensibilidade no texto publicitário e Estratégias criativas da publicidade, entre outros trabalhos de não ficção. É autor também de diversas obras literárias, que lhe valeram vários prêmios nacionais e internacionais.
Obra que faz parte da série de entrevistas com grandes historiadores. Roger Chartier, professor e especialista em História da Leitura, reconstrói a história do livro, desde seu início na Antigüidade até a era da navegação na Internet. Fartamente ilustrada, esta entrevista demonstra como a história do livro é tributária tanto dos gestos violentos que a reprimiram quanto da lenta conscientização da força da palavra escrita.
Neste livro, tendo como ponto de partida a Antiguidade Clássica e as manifestações dos primeiros sinais da parábola na épica de Homero (Ilíada e Odisseia), a autor percorre os caminhos trilhados pelo gênero, observa modos de manifestação no Velho Testamento. Por fim, levanta nas obras de Brecht, Kafka e Kierkegaard as marcas da parábola moderna, que se apresenta tanto em forma de narrativa (Kafka e Kierkegaard) como na modalidade "teatro", especialmente na produção de Brecht.
O mercado editorial vive tempos turbulentos. Durante aproximadamente cinco séculos, os métodos e as práticas de publicação de livros permaneceram os mesmos. Porém, na aurora do século XXI, a indústria de livros talvez tenha chegado diante de seus maiores desafios desde Gutenberg. Uma conjunção de pressões econômicas e mudanças tecnológicas vem forçando as editoras a alterar suas práticas e a refletir profundamente sobre o futuro dos livros na era digital.
Neste livro, Francisco Cláudio Alves Marques examina a participação do imigrante italiano no processo de urbanização paulista nos anos de 1920, no qual se misturavam trabalhadores de procedências diversas, como o escravo recém-liberto, o caipira e o imigrante italiano vindo da zona rural, todos “desenraizados” no espaço ou no tempo. É dessa perspectiva que o autor procura compreender as caricaturas elaboradas por Juó Bananére e António de Alcântara Machado, considerando-as mais do que manifestação de rejeição ou acolhimento do imigrante, mas expressão do papel desse contingente nas transformações por que passava o País no período em que se discutia a configuração da identidade nacional.
Para lançar luz sobre a representação do imigrante italiano nas obras daqueles dois escritores paulistas, a autor considera aspectos históricos, sociológicos e culturais implicados no processo imigratório do início do século XX. Partindo da caracterização da personagem macarrônica, nos planos gráfico e linguístico, o autor chega a possíveis sentidos do efeito cômico dessa caricatura na percepção do papel do imigrante italiano na constituição da sociedade brasileira, aspecto que enseja sutil contraste com o nacionalismo na obra de Alcântara Machado.
Em um momento histórico no qual o analfabetismo apresenta-se como intolerável, a questão metodológica da alfabetização aparece como central. Tendo em vista tal realidade, José Morais analisa vários aspectos da chamada arte de ler. Partindo das estruturas mentais envolvidas na leitura, da relação entre linguagem falada e linguagem escrita, Morais centra-se nos mecanismos de aprendizagem e nos distúrbios que podem ocorrer nesse processo. Mediante essa estratégia, ele pode desenvolver o estudo dos diferentes métodos, a fim de apresentar as possibilidades terapêuticas que se oferecem hoje aos que não dominam as práticas de leitura.