Os bastidores do Plano Real, o lançamento da moeda e os embates que a cercaram são narrados aqui, na primeira pessoa, por um de seus principais personagens – o então ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, que enfrenta com franqueza o episódio da parabólica, sem autocomiseração ou fuga da responsabilidade. Sua atuação no exterior enquanto diplomata, em diversos organismos e como secretário-geral da Unctad, seu conhecimento no campo da história, fazem deste livro um testemunho do que se passou no Brasil e no mundo, por cerca de oitenta anos. Desde a Segunda Guerra, o Estado Novo, o golpe militar, as questões climáticas, até o terceiro governo Lula, essa evolução se entrelaça com o fio da vida de um descendente de imigrantes na atmosfera do bairro operário do Brás, na São Paulo dos anos 1930.
Rubens Ricupero, São Paulo, 1937. Diplomata, professor, ocupou cargos de destaque como embaixador do Brasil em Washington e Roma, secretário-geral da UNCTAD, presidente de diversos organismos do GATT, chefe de delegações e missões junto à ONU, ministro do Meio Ambiente e da Amazônia assim como da Fazenda durante o governo Itamar Franco, titular da Cátedra José Bonifácio na USP, é autor de livros diversos destacando-se A diplomacia na construção do Brasil: 1750-2016, que recebeu o prêmio Senador José Ermírio de Moraes da Academia Brasileira de Letras.
Citado na Renascença como “o filósofo risonho” e em nossa época como o “profeta de Quark”, Demócrito (460 - 370 a.C.) é pouco conhecido no decorrer da moderna tradição filosófica. É notável por suas investigações para muito além da Física e da Química, até a exploração da ciência da existência como um todo, como deixa ver esta instigante introdução de Cartledge.
Ao investigarem “a morte do autor” e a falência da linguagem, os críticos dão com a arma do crime com as impressões digitais de Derrida (1930 - 2004). Nenhum outro filósofo levantou tanta suspeita ou foi tão desafortunadamente desfigurado. Johnson nos mostra que “desconstrução” não significa “destruição” e que em Derrida se pode conhecer o que há de mais relevante sobre nosso tempo.
Neste volume, Hans Ulrich Gumbrecht se dedica a figuras centrais das humanidades do século XX, perfilando pensadores que encabeçaram importantes tendências da história recente da filosofia – teoria crítica, estruturalismo, desconstrução, pós-historicismo, entre outras – com quem conviveu ou a quem encontrou pessoalmente ao menos uma vez.
Para Marx (1818 - 1883), o ser humano é livre quando produz sem o agulhão da necessidade física. Esta é a natureza essencial de todos os indivíduos. Eagleton nos faz ver que Marx está mais preocupado com a diferença do que com a igualdade e que a liberdade, para ele, implicaria a libertação do trabalho comercial: “superabundância criativa acima do que é materialmente essencial”.
“Pai da filosofia moderna”, Descartes (1596 - 1650) tem merecido toda a admiração que um pai recebe. E todo o ressentimento. A dualidade mente-corpo pode ser o ponto de partida para o entendimento de nossa relação com o mundo. Cottingham dá algumas pistas de como tais obstáculos podem ser superados e mostra que muitos problemas e talvez muitas soluções começam em Descartes.