Uma investigação sobre a comunicação do desconhecimento
Um olhar histórico e sociológico sobre a homeopatia enquanto fenômeno cultural e seus embates com a ciência. Desde suas raízes no século XVIII, a homeopatia desafia a medicina convencional, dividindo opiniões e gerando debates. Conquistou adeptos fiéis que defendem sua eficácia, enquanto parte da comunidade científica questiona a falta de comprovações robustas e conclui não haver boas razões para acreditar que a homeopatia de fato seja eficaz. Cultura homeopática enquadra a disseminação do conhecimento homeopático como um objeto da agnotologia, para tentar entender, sob um prisma sociológico, como as crenças homeopáticas sobrevivem e se desviam até mesmo do conhecimento científico moderno.
Lenin Bicudo Bárbara é graduado em ciências sociais pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (2008), com mestrado (2012) e doutorado (2018) em sociologia pela mesma instituição. Também foi pesquisador de pós-doutorado vinculado ao Departamento de Sociologia da USP (2019-2022). Atualmente, é educador ambiental no Ibama; em paralelo, traduz obras acadêmicas e desenvolve pesquisa sobre o desconhecimento da legislação ambiental. Suas pesquisas são centradas sobretudo na área de teoria social, em diálogo com áreas como psicologia social, epistemologia, sociologia do conhecimento e desconhecimento, pensamento social alemão, estudos de gênero, filosofia e história das ciências (especialmente da medicina). Publicou trabalhos em periódicos como Tempo Social e Sociologia & Antropologia, além de traduzir obras de Georg Simmel, Aby Warburg eErich Auerbach.
Símbolos, objetos, linguagem e roupas utilizados por tribos juvenis urbanas são estudados neste livro. A análise desses grupos permite observar como essa etapa da vida adquire caráter cada vez mais autônomo, deixando de ser mero preparo para o ingresso na vida adulta. Acompanhados da discussão de temas como acesso à educação, entrada no mercado de trabalho, violência, formação de nova família e possibilidade de aquisição de bens consumo, os segmentos jovens vêm se constituindo em poderosa força a influenciar os rumos das sociedades modernas. O objetivo da obra é pensar como o espaço público urbano se estrutura em sua relação com as culturas dos jovens, pouco reconhecidas como legítimas pelo mundo adulto dominante. Verifica-se ainda como as manifestações das culturas juvenis tendem a proliferar, tornando-se mais complexas e configurando um múltiplo panorama cultural de tendências de formas de expressão da população jovem urbana.
Esta coletânea reúne catorze textos de um dos mais notáveis pensadores do século XX. Escritos durante pouco mais de vinte anos de produção, entre 1958 e 1980, estes ensaios conformam uma abrangente introdução ao trabalho de Raymond Williams, bem como apresentam para estudiosos as bases de suas principais formulações.
Obra de rara oportunidade que propicia o conhecimento da realidade dos sem-terra para além da caricatura muitas vezes veiculada pela mídia. Podem ser acompanhadas as chegadas e partidas, venturas e desventuras, os sonhos feitos e desfeitos de personagens típicos desse universo, a partir de seus depoimentos, realizados em acampamentos, barracas de lona preta e assentamentos. Com o objetivo de discutir a questão da posse da terra no Brasil e as novas perspectivas políticas ligadas à questão agrária do país, a autora não perde de vista as raízes históricas do processo, seus matizes e a diversidade de tensões que o modulam.
O ponto de convergência deste livro é a inconfundível defesa da autonomia operária. Os textos reunidos discutem a auto-organização dos trabalhadores, seus sucessos, obstáculos e insucessos. Escritos em uma linguagem ágil e acessível, os artigos foram publicados em jornais – como Notícias Populares, Folha de S.Paulo, O São Paulo, entre outros – a partir da década de 1970.
Politicamente, este volume aspira a contribuir com a configuração de um movimento social de direitos humanos na América Latina. Esse movimento ajudará, por sua vez, a dar um novo caráter às lutas populares e favorecerá a capacidade de nossas esquerdas de assumir novas formas de sua responsabilidade política.