Neste livro, o autor procura mostrar que, na teoria da normatividade kantiana, o uso prático da razão não visa produzir regras para a ação (máximas), mas, sim, reconhecer a validade normativa de juízos morais por meio de um teste de universalização. Kant, de acordo com Kervégan, não é positivista no sentido comum do termo, pois nega a autonomia conceitual do direito positivo com relação ao direito racional. O desafio estaria, portanto, em justificar uma racionalidade normativa.
Jean-François Kervégan é um filósofo francês, professor na Universidade Paris 1 Panthéon-Sorbonne e membro do Institut Universitaire de France. Especialista de renome internacional em Hegel e no idealismo alemão, seus trabalhos também são uma referência nos campos da filosofia do direito e da filosofia política.
Por que a reflexão estratégica da China Antiga, bem como certa vertente de seu pensamento político, rejeitam a intervenção de qualidades pessoais (coragem dos combatentes, moralidade do governante) para alcançar o resultado desejado? Ou ainda: a que se deve, para os chineses, a beleza de um traço de escrita, o que justifica a montagem de uma pintura em rolos ou de onde vem o espaço que consideram poético? Ou, finalmente, como os chineses interpretam o “sentido” da História e por que precisam postular a existência de Deus para justificar a realidade? O objetivo deste estudo é encontrar, a partir da extrapolação de análises linguísticas, as linhas mestras subjacentes à cultura chinesa.
Nesta obra fundamental, Kuhn, um dos maiores historiadores e filósofos da ciência do século XX, realça alguns traços fundamentais da atividade científica: a inovação e a revolução teóricas, o significado e o alcance da medição, o fenômeno da rejeição e da recepção do conhecimento novo e a natureza da "ciência normal".
Prêmio Nobel de Química, Ilya Prigogine trata das mudanças do conceito de tempo no âmbito da ciência contemporânea. Com base em considerações sobre o nascimento do tempo e sobre a matéria-energia que dele decorre, Prigogine alude a uma ciência dos processos irreversíveis, que está apenas começando, ciência capaz de pensar fenômenos como a idade do universo e mesmo a "morte térmica", que seria o elemento indutor da origem do mundo.
Esta obra aborda a dinâmica da consciência, da percepção e da compreensão dos eventos mentais em sua característica central relacionada à intencionalidade. Sua análise da concepção de pessoa - aquela que temos de nós mesmos, ordinariamente, na condição de seres racionais, livres e responsáveis - situa-se no contexto da pesquisa neurocientífica contemporânea, propondo temas para a ética, no que diz respeito à relação homem-máquina e ao livre-arbítrio. O autor incorpora a estratégia explicativa de elaboração de modelos cognitivistas e de experimentos de pensamento, na forma de histórias ilustrativas, para elucidar questões sobre a natureza das crenças, dos desejos e de vários tipos de experiências mentais.
O livro divide-se em duas partes. A primeira é dedicada aos modelos de organização propostos por filósofos que, na falta de um termo melhor, costumam ser chamados de “empiristas”, como Hume e Adam Smith, dentre os quais contamos também um materialista, Diderot, e dois naturalistas céticos, Buffon e Daubenton. Esses modelos são elaborados em concomitância a uma crítica da ideia de uma natureza organizada em sistema segundo fins, produto de uma inteligência suprema. Essa crítica tem um impacto profundo, e, pelas mãos de Smith, alcança os domínios da teoria social. A segunda parte acompanha a absorção e tentativa de superação dessa crítica no interior da Filosofia Transcendental de Kant, e propõe a tese de que essa manobra, sem propriamente lograr os resultados esperados por seu autor, contribuiu para a formação de uma ciência dos seres vivos coerente com a Física newtoniana.