Transformar a prática docente em objeto de pesquisa é um constante desafio para a educação. Nesta obra, os autores discutem e orientam cada etapa do processo de planejamento e realização de uma pesquisa voltada para a análise de situações de sala de aula, por meio de um olhar reflexivo sobre outras pesquisas com objetos semelhantes. Ela é fruto de um contexto de pesquisa de formação continuada de professores e serviu como material de apoio para professores e orientadores durante curso de especialização que culminou com a elaboração de trabalhos de conclusão de curso. Os autores apresentam aqui uma proposta que serve à dupla mediação de ensinar e aprender por meio da investigação, desenvolvida a partir de experiências de docentes e estudantes de fazer da sala de aula um cenário de pesquisa para ambos. Com abordagem investigativa, este livro pretende ser instrumento e razão para que docentes e estudantes conquistem seus direitos a uma educação integral e crítica que os levem a sua transformação e da própria sociedade.
Marcelo Giordan é professor titular da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), onde atua no ensino de graduação e pós-graduação, realiza pesquisas nas áreas de educação em ciências e tecnologias educativas, desenvolve projetos de extensão, principalmente na formação de professores, e coordena o Laboratório de Pesquisa em Ensino de Química e Tecnologias Educativas (Lapeq). Em 2006, obteve o título de livre-docente com tese sobre estudos socioculturais na utilização de computadores na educação em ciências. Entre 2002 e 2003, realizou o pós-doutoramento no Centre for Language and Communication da Faculty of Education and Language Studies da Open University, Reino Unido. É bacharel e mestre em Química, e doutor em Ciências pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Na Faculdade de Educação da USP, atua na graduação, ministrando disciplinas nas licenciaturas em química e ciências, e, na pós-graduação, orienta pesquisas na área de ensino de ciências. Na extensão universitária, o Lapeq atua na formação continuada de professores e disponibiliza sequências didáticas e ambientes virtuais de aprendizagem para alunos e professores. Também na extensão, coordenou o curso de Especialização em Ensino de Ciências do Programa Redefor, onde é desenvolvida uma série de estudos sobre pesquisas com sequências didáticas que deram origem a esta obra. Atualmente, é assessor da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo para desenvolver o currículo do ensino médio e promover a formação contínua de professores, e integra os comitês editoriais de Química Nova na Escola e Revista da Sociedade Brasileira em Ensino de Química e Impacto: Pesquisa em Educação em Ciências.
Luciana Massi é professora associada da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara (FCLAr) e do Programa de Pós-Graduação em Educação para Ciência da Faculdade de Ciências (FC), em Bauru, da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Atua no curso de licenciatura em Química do Instituto de Química e desenvolve projetos de ensino, pesquisa e extensão. Defendeu a livre-docência em educação em ciências pela Unesp em 2022. Fez pós-doutorado em educação, sob supervisão do professor Marcelo Giordan, doutorado e mestrado em ensino de ciências pela Universidade de São Paulo (USP) e é licenciada em química pela Unesp. Realizou estágio de doutoramento na École Normale Supérieure em Lyon e na Universidade do Porto. Tem experiência na área de educação química, com ênfase em linguagem, história, filosofia e sociologia da ciência pautadas no materialismo histórico-dialético e na pedagogia histórico-crítica; e na sociologia da educação e da ciência pautada na perspectiva bourdiana. É editora associada da revista Ensaio – Pesquisa em Educação em Ciências, responsável pela seção “Espaço Aberto” da Revista Química Nova na Escola e membro do conselho editorial da Revista Tecné, Episteme y Didaxis: TED. Atuou no Redefor sob orientação do professor Marcelo Giordan, oportunidade na qual desenvolveram os estudos e as sistematizações apresentados nesta obra.
A iniciação científica (IC) pode ser entendida sob duas perspectivas dentro do ensino superior. Na primeira, é um processo que abarca todas as experiências vivenciadas pelo aluno durante a graduação, com o objetivo de promover o seu envolvimento com a pesquisa e, consequentemente, sua formação científica, incluindo programas de treinamento, desenvolvimento de estudos sobre a metodologia científica (dentro de uma disciplina ou não), visitas programadas a institutos de pesquisa e a indústrias etc. Na segunda, adotada neste livro, a IC é definida como o desenvolvimento de um projeto de pesquisa elaborado e realizado sob orientação de um docente da universidade, executado com ou sem bolsa para os alunos.
O conjunto de textos aqui reunidos promove a socialização de diferentes teorias e práticas sobre a IC no contexto de sua ação formadora, além de relatar percursos, discutir fundamentos e oferecer contribuições que permitam uma melhor orientação aos gestores e discentes participantes e interessados nessa atividade. Os ensaios tratam de amplo espectro de temas correlatos: as implicações e perspectivas da pesquisa nas universidades brasileiras; o desenvolvimento e a abrangência dos programas nacionais de pesquisa sobre a iniciação científica; os efeitos dos fatores socioeconômicos e culturais no acesso à bolsa de iniciação científica; o trabalho do professor pesquisador no PIBIC/CNPq; a bolsa de iniciação científica e os grupos de pesquisa; e, por fim, a pesquisa na graduação e sua importância no Programa Institucional de Bolsas de IC.
O universo da educação encerra amplas questões, que envolvem desde a formação do professor até a sua atuação em sala de aula, passando pelos mecanismos de avaliação. Este livro, ao reunir textos apresentados no Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores de 2007 discute os mais variados temas. Assuntos como preconceitos na escola, docência no ensino superior, educação especial, novos paradigmas e perspectivas educacionais e licenciaturas são tratados sob diversas abordagens e com ricas análises que auxiliam a entender melhor o papel do professor contemporâneo.
S. F. Lacroix interessou-se cedo pelos estudos matemáticos e filosóficos. A primeira parte de sua produção teve caráter mais notadamente didático: foi chef de bureau da Comissão de Instrução Pública e escreveu uma série de obras que iam da aritmética básica ao cálculo diferencial e integral. Tal fase termina com o lançamento, em 1805, destes Ensaios sobre o ensino em geral e o da Matemática em particular, coletânea de textos metapedagógicos voltados a professores e estudiosos da Ciência e da Educação em geral.
Interrogar sobre o passado de uma das principais atividades educativas na escolarização inicial de crianças – o ensino de leitura e escrita – é o objetivo central desta obra. Entre as várias contribuições relevantes do livro, uma coletânea de 14 ensaios que abrangem mais de um século, da década de 1870 aos dias atuais, sobressai-se a importância da própria temática para a compreensão da cultura escolar.
Os estudos põem em destaque cartilhas, livros de leitura, manuais, textos, artigos publicados em jornais e periódicos, polêmicas em torno dos métodos de ensino e a atuação de quem produziu e problematizou sobre o ensino de leitura e escrita no país. Estão contemplados tanto os interesses econômicos e comerciais subjacentes à produção de materiais para esse ensino quanto as tensões políticas que envolveram as disputas dos educadores, o que permite ao leitor aproximar-se das tematizações, concretizações e normatizações que ao longo do tempo pautaram o debate político e pedagógico sobre a alfabetização no Brasil.
O primeiro texto da coletânea trata do método de alfabetização de Thomaz Paulo de Bom Sucesso Galhardo, autor da Cartilha da infância, publicada entre a década de 1880 e o ano de 1992. Seguem-se estudos sobre as experiências de Antonio da Silva Jardim (1860-1891), João Köpke (1852-1926), Ramon Roca Dordal (1854-1938) e Carlos Alberto Gomes Cardim (1875-1938), Arnaldo de Oliveira Barreto (1869-1925), Francisco Vianna (1876-1935), Theodoro de Moraes (1877-1956), Antonio Firmino Proença (1880-1946), Renato Fleury (1895-1980), Lourenço Filho (1897-1970), Antônio D’Ávila (1903-1989), Bárbara V. de Carvalho (1915-2008), Emilia Ferreiro (1935) e João Wanderley Geraldi (1946).
Os Congressos Estaduais Paulistas sobre a Formação de Educadores (CEPFE) são realizados desde 1990 e têm dado ênfase especial à formação de profissionais da educação, nos ensinos Fundamental, Médio e Universitário. Diferentes áreas dos saber são envolvidas na discussão, como ocorre nesta reunião de textos do VIII Congresso Estadual Paulista, realizado em 2003. Os estudos aqui apresentados encontraram orientação nos seguintes eixos temáticos: Artes como elemento formador/educativo de expressão e de sensibilidade; Ciência e conformação crítica na formação do educador; Técnicas na formação do educador; e Políticas e orientação desejável, produtiva e emancipatória na formação do educador, sempre em uma ótica que contribui para o aparecimento e a consolidação de novas configurações relativas à sistemática da construção do saber dos educadores.