Desafios contemporâneos da sala de aula
Os estudos de casos, escritos ou, modernamente, em vídeo, são utilizados para a formação profissional, como medicina, direito, negócios e outras atividades. Na formação de professores, um caso é usado em sala de aula para aprimorar o estudo do ensino de alguma disciplina e/ou de determinada prática de ensino relacionado a tópicos conhecidos por serem difíceis de lidar por envolverem dilemas. A docência em ciências demanda de professores a capacidade de lidar com a multiplicidade de fatores presentes no contexto escolar. Desde questões comportamentais até a consideração das identidades de gênero de alunos, a singularidade e a complexidade da realidade em sala de aula exigem novas abordagens formativas. Neste livro, encontram-se onze casos relacionados ao ensino de Química, produzidos por pós-graduandos e professores brasileiros, sob orientação e revisão de docentes da Harvard e da Unesp. Esperamos que esses casos – com dilemas, histórias e lições – sirvam como material de apoio para melhorar a formação de professores de Ciências e, mais especificamente, os professores de Química.
Amadeu Moura Bego é doutor em Educação para a Ciência pela Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e tem pós-doutorado em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Atualmente é professor associado do Instituto de Química e atua como assessor da Pró-Reitoria de Graduação da Unesp. Em 2016, recebeu o Prêmio Professor Rubens Murillo Marques da Fundação Carlos Chagas como melhor experiência educativa inovadora para formação de professores e, em 2020, atuou como professor visitante na Harvard Graduate School of Education. Tem experiência na área de Educação, com ênfase no Ensino de Química e em Formação de Professores, e é líder da Rede de Inovação e Pesquisa em Ensino de Química (Ripeq).
Katherine Merseth é professora sênior da Harvard Graduate School of Education. Além do doutorado em Harvard, possui bacharelado em Matemática Pura pela Cornell University, mestrado em Matemática Pura pelo Boston College e mestrado em ensino de matemática pela Harvard. Editou quatro volumes de casos sobre práticas em sala de aula na África do Sul, no Chile, no Brasil e na Jordânia. Recebeu o prêmio Harvard Initiative on Teaching and Learning (Hilt) por explorar o uso de uma nova plataforma tecnológica para aprimorar o ensino de tópicos controversos. Em 2018, foi nomeada uma das quinze professoras de destaque em Harvard e recebeu o Prêmio Harvard Phi Beta Kappa por excelência no ensino.
A autora investiga as razões que influenciaram a construção do binômio cuidar-educar e apresenta maneiras de superá-lo, segundo propostas de pesquisadores brasileiros e portugueses. A obra demonstra que as concepções de criança, propagadas pelos modelos dominantes de formação de professores, guiam a prática pedagógica vigente. E conclui que apenas uma renovação do entendimento sobre a infância seria capaz de fundar uma nova ideia de Educação Infantil, promovendo a desejável valorização de seu profissional
A questão da formação dos professores é definidora para que se dê, sobretudo na América Latina, o tão necessário salto ao século XXI na educação. Neste livro, ela é discutida de muitas formas e sob múltiplos olhares, na busca de revolucionar os padrões de qualidade da educação brasileira e de formar, cada vez mais, profissionais qualificados para o magistério
Este livro nasceu da necessidade de estimular o debate sobre a importância do estabelecimento de uma política orgânica, de caráter nacional, voltada ao aperfeiçoamento dos padrões de qualidade e ao apoio direto à formação de quadros qualificados para o exercício do magistério da educação básica em todo o território nacional.
Centrados na relação escola-educador, os ensaios aqui reunidos visam discutir uma série de temas atuais ligados à área, entre os quais: a relação escola-sociedade, a alfabetização, a estrutura curricular, a pedagogia da qualidade e a relação oralidade-escrita. Dessa forma, a coletânea permite a avaliação de propostas e experiências recentes na política educacional.
Analisando a experiência estética do tropicalismo singular de Tom Zé e o rap contestador do Racionais MC’s, Julia Pinheiro Andrade revela as “formas vivas” que falam e cantam São Paulo. Observando a cidade de um ângulo rico e insuspeito, em que arte e educação se imbricam, reflete a correspondência entre a forma estética da canção e a experiência urbana. Deste modo, partindo do estudo da música popular, produz uma reflexão sobre os tempos e as formas contemporâneas de sociabilidade, sobretudo no que se refere aos circuitos e às culturas jovens.