Neste livro, Kátia Brasilino Michelan busca trabalhar sob uma perspectiva historiográfica atual, tomando a questão das práticas de escrita e de memória na cultura ocidental, analisando o fazer histórico cronístico português do século XIV até o início do século XVI, com a narração da história do reinado de D. Afonso Henriques (1109?-1185), o primeiro rei português. Para isso, a autora selecionou três crônicas em língua vernácula que contam a história do monarca, procurando pôr em evidência três versões de séculos diferentes de uma mesma história, para assim perceber as atualizações do passado que cada cronista realizou. O leitor tem em mãos um livro de consistência indiscutível, relevante para os estudos sobre as crônicas e a memória da monarquia na época da formação do Estado lusitano.
É doutoranda, com bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho" (Unesp), campus de Franca, tendo realizado estágio de doutoramento sanduíche na Universidade Nova de Lisboa (UNL). Suas pesquisas abordam, sobretudo, a história escrita pelos cronistas medievais, a dinastia de Avis e os escritos sobre a expansão portuguesa.
Neste livro que integra a série de entrevistas com grandes historiadores, Jacques Le Goff e Jean Lebrun procuram fornecer os modos de compreensão da ruptura urbana que caracterizam nossa época. Por meio de quatro temas (a cidade como lugar de troca de diálogo, como lugar de segurança, de poder e de aspiração à beleza), os historiadores analisam a reconfiguração do conjunto de funções da cidade. A pesquisa iconográfica aparece aqui como complemento necessário ao texto.
Em meio à polêmica causada pelo ensaio Em defesa das mulheres, que integra o Teatro crítico universal, obra de caráter enciclopédico do filósofo beneditino Jerónimo Feijoo y Montenegro, surgiram na misógina Espanha do século XVIII um sem número de livros e artigos contra e a favor das mulheres. Entre estas últimas publicações merece destaque esta obra, de Juan Bautista Cubíe, publicada em Madri em 1768, a qual permaneceu por gerações como uma síntese da memória da contenda. Cubíe, um erudito, criticava os preconceitos e as maledicências contra as mulheres, com base em conhecimentos de história e filosofia antigas, além de textos bíblicos, ressaltando que sua defesa não implicava um ataque aos homens. Para comprovar seus argumentos, ele arrolou, na última parte do livro, um repertório biográfico de mulheres ibéricas que se destacaram nas letras, ciências e armas.
Alessandra Dino investiga pela primeira vez os acontecimentos relacionados com essa luta pelo poder. Descreve uma máfia que visa ao estreitamento de relações com o mundo da política e da própria economia, produzindo, para isso, novos modelos organizacionais e novos estilos de comando. Dino define os perfis dos protagonistas desse processo e desenha uma biografia inédita da provável próxima líder.
Nesta obra, Domenico Losurdo traça a história da ideia de paz, desde a Revolução Francesa até os dias atuais, e problematiza questões dramáticas de nosso tempo: é possível construir um mundo sem guerras? Devemos confiar na não violência? A democracia é garantia real de paz ou pode transformar-se em ideologia de guerra? Refletir sobre as promessas, as decepções, as voltas e reviravoltas da história da ideia de paz perpétua é essencial para compreender nosso passado e dar novo impulso à luta contra o crescente perigo de novas guerras.
Os textos que compõem Línguas e jargões estudam as línguas semiprivadas, dialetos ou jargões desenvolvidos por diferentes grupos sociais, analisando suas funções e mudanças através do tempo. Em seu conjunto, estes ensaios constituem contribuição definitiva à história da linguagem e à sociolingüística.