Em São Paulo, o aumento demográfico no século XVIII provocou a ocupação de novas porções do território, ampliando o espaço agrícola e empurrando progressivamente as fronteiras mais para o Oeste e para o Sul. Por trás desse aumento populacional, estava uma política colonial de povoamento, iniciada com a Restauração administrativa da Capitania de São Paulo, em 1765. Neste livro, Paulo Eduardo Teixeira elegeu a região de Campinas como lócus para seu estudo sobre a dinâmica demográfica em São Paulo, apontando as variáveis que interferiram e definiram a sociedade paulista no passado. A escolha desse município não foi aleatória. Ao longo de sua trajetória acadêmica, o autor dedicou parte de seus estudos a esse pequeno bairro da vila de Jundiaí que, no despontar do século XIX, tornou-se uma vila que atraiu os olhares de inúmeros migrantes. Tal conhecimento o aproximou das questões demográficas e, assim, Teixeira vislumbrou a oportunidade de estabelecer um diálogo profícuo sobre os sistemas demográficos no Brasil, principalmente porque para áreas de plantations isso ainda não foi realizado.
Possui graduação (1987) em História pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mestrado (1999)em História Social pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), campus de Franca, e doutorado (2005) em História Econômica pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente é professor do Departamento de Ciências Políticas e Econômicas da Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp, campus de Marília. Tem experiência nas áreas de História e Demografia Histórica, com ênfase nos seguintes temas: população, família, gênero, chefia de domicílio, movimentos migratórios, escra¬vidão, economia e sociedade.
A invenção da brasilidade propõe uma abordagem inovadora na historiografia sobre os estudos imigratórios no Brasil. Utilizando as metodologias da pesquisa histórica e da etnografia antropológica, Jeffrey Lesser recorre ao passado para olhar e entender o presente e a complexidade das questões de identidade no Brasil atual.
Inflação, desemprego, delinqüência, saúde, consumo, analfabetismo são expressos por taxas. Os governos, as instituições e as empresas se orientam por diagnósticos que são calcados sobre pesquisas de opinião. Há uma verdadeira rede, que nos envolve a todos e que se alimenta fundamentalmente das estatísticas. Este livro procura desmontar as bases desse imenso edifício, levantando a questão da objetividade e da legitimidade de inúmeras afirmações que assumem foros de verdade.
Este livro investiga a busca de alegria, bem-estar e saúde – ou tudo que faz a vida durar – em duas aldeias mbya (guarani) no litoral sul do estado do Rio de Janeiro: Araponga e Parati Mirim. Ao mesmo tempo que analisa a extensa literatura antropológica sobre os Guarani, à luz dos desenvolvimentos mais recentes da etnologia americanista, Elizabeth Pissolato trata de temas como o xamanismo, o parentesco, os cuidados com as crianças e a vida diária, de um modo geral pouco explorados nesse tipo de pesquisa. Sob uma ótica bastante original, que privilegia a experiência individual das relações sociais, com ênfase para os atos e palavras dos próprios Mbya, a pesquisadora se dedica à etnografia dos deslocamentos, examinando as condutas pessoais e os comentários em torno das andanças por lugares. É na mudança frequente de lugar e de perspectiva que os Mbya, de fato, apostariam na conquista de condições renovadas de continuar existindo nesta terra.
Esta obra-prima da sátira britânica do século XVIII desencadeou uma grande controvérsia social ao rejeitar uma visão positiva da natureza humana e argumentar pela necessidade do vício como fundamento de uma economia capitalista emergente.
Este esforço de investigação é um capítulo particularmente interessante dos estudos históricos recentes sobre a escravidão, porque contém modulações importantes não apenas no estilo de conceber as relações familiares escravas, mas também de interrogar o passado e reescrever a história. Foi a incorporação de novos tipos de fonte que permitiu conhecer melhor o que, até então, era tido por incompatível com o cativeiro.