Para Maurício Tragtenberg, a vida e o trabalho significam a base do interesse no conhecimento e, se alunos manifestam desinteresse pela escola, isto deriva da miséria cultural das famílias, muitas vezes também da sua miséria material, obrigando-os a procurar alguma ocupação para sobreviver precariamente. Porém, Tragtenberg não busca só fora da escola as razões do desalento e do desprezo dos alunos, motivadores da evasão escolar. Denuncia a má qualidade do ensino e sua inutilidade para a existência deles, tanto na maioria das escolas primárias, secundárias, como na maioria das universidades, contribuindo com o prestígio da burocracia educacional.
Maurício Tragtenberg foi um sociólogo e professor brasileiro, autor de 9 livros disponíveis em nosso catálogo.
O pensamento capitalista é estudado neste livro como um universo repleto de complexidades e inquietações. No mundo medieval, por exemplo, de acordo com a Igreja Católica, as atividades econômicas constituíam um meio para a salvação espiritual do homem. O lucro, como um fim em si mesmo, era visto como irracional. A disposição de submeter o "eu" a fins extra-humanos, econômicos, que tornam a acumulação do capital o principal objetivo do homem, é tratada na obra. Ocorre, assim, a subordinação a fins e propósitos próprios do sistema capitalista de produçao, vinculado aos ensinamentos de Calvino e Lutero, que prepararam psicologicamente o indivíduo para o papel que desempenha na sociedade capitalista atual.
Este livro se destina, principalmente, a examinar o surgimento e o perecimento das teorias administrativas por meio do tempo, conforme as determinações econômico-sociais existentes. Com isto, se pretende estudar a Teoria Geral da Administração como ideologia, dentro do plano traçado e fundamentando-se em textos relevantes ao assunto. Tal análise será desenvolvida em perspectiva estritamente sociológica, no nível de sociologia do conhecimento, isto é, do estudo da causa social das teorias de administração ideológicas.
Após 30 anos da primeira publicação desta coletânea, o autor surpreende pela atualidade do pensamento e análises elaboradas no final dos anos 1970. Com diversos artigos, depoimentos e um debate com o autor, é abordada a relação entre saber e poder, escola e burocracia, escola e domesticação e a existência da "delinquência acadêmica". Traz, novamente, a proposta corajosa e viva de que a história construirá a escola popular e de acesso ao povo e apresenta debate que expõe o que significam os vestibulares à universidade, concluindo que "é lamentável que loucos dirijam cegos".
Obra indispensável e singular na crítica da administração, proporciona subsídios para a compreensão do capitalismo contemporâneo. De leitura proveitosa a todos que valorizam o trabalho humano, o autor apresenta uma análise crítica do papel das grandes corporações no mercado – eixo da grande reorganização do capitalismo após a crise econômica mundial dos anos 1970. Aborda: a nova exploração do trabalho que mudou as formas disciplinares do capitalismo; a internacionalização da economia na tendência da condução das políticas governamentais; as atividades artísticas e culturais por meio do mecenato; a decisão sobre os rumos da pesquisa científica, o trabalho e suas teorias participativas, como a cogestão, ideologia que procura encobrir novas práticas de exploração, incidindo sobre a criatividade social da classe trabalhadora; a questão do ser político do trabalhador que as políticas de Recursos Humanos das empresas querem subjugar e neutralizar, recorrendo à psicologia e à sociologia, que buscam reduzir o político ao psicológico.
O objetivo deste livro é mostrar o processo histórico das lutas dos trabalhadores, isto é, as lutas operárias condicionadas pelo tempo e lugar, oscilando entre a capacidade que têm de criar novas relações sociais igualitárias e sua deformação em relações desiguais, hierárquicas, quando os partidos ou aparelhos políticos substituem os trabalhadores na direção das suas lutas.