Parentes são sempre uma surpresa
“Uma das mais duradouras questões metodológicas da antropologia é: como manter, na mesma visão, o que são claramente construtos culturais e históricos e o que são, evidentemente, generalidades sobre a existência social? O truque consiste em especificar um sem diminuir o outro.” Em resposta a esse enigma antropológico, Parentesco, direito e o inesperado parte de uma questão central nos estudos de sociedade: a maneira como usamos as relações humanas, em especial aquelas que ocorrem na família e nos meios adjacentes a ela, para desvelar os próprios relacionamentos.
Marilyn Strathern é William Wyse Professor na área de Antropologia Social na Universidade de Cambridge e Mistress do Girton College, Cambridge. Vem desenvolvendo trabalhos de campo há muitos anos nas Terras Altas da Papua Nova Guiné (Melanésia). Condecorada com as mais altas honrarias na área da Antropologia, é autora de diversas obras que se tornaram referência, como O gênero da dádiva, After Nature e Property, Substance and Effect, entre outras.
O objetivo do historiador francês Georges Minois é reencontrar as maneiras como o ser humano utilizou o riso ao longo da História. O humor, para o autor, é, portanto, um fenômeno que pode esclarecer, em parte, a evolução humana. O riso é uma das respostas fundamentais do ser humano perante o dilema da existência. Verificar como ele foi e é utilizado ao longo da História constitui o objetivo deste livro. Exaltar o riso ou condená-lo, para o autor, revela a mentalidade de uma época e sugere uma visão de mundo, podendo contribuir para esclarecer a própria evolução humana.
O livro debruça-se sobre a hagiografia na Hispânia da alta Idade Média, mais especificamente a Vita Sancti Fructuosi, escrita supostamente por Valério de Bierzo, no século VII, e seu ideal de eremitismo, bem como sua propaganda de tal idéia e possíveis razões, o ambiente sociocultural e religioso da época e da região, modelos anteriores de hagiografia e de eremistimo. Dialoga com filólogos e historiadores que se dedicaram ou sobre a obra analisada, ou sobre o tema, em especial nas questões propriamente históricas: o eremitismo e o monarquismo no Ocidente e seu modelo oriental; o ambiente político e sua influência na comunidade que o cerca; a relação conflituosa entre igreja secular e monarquismo.
O conceito de cosmovisão, ao qual pouco se recorre nos processos analíticos por parte de historiadores e demais pesquisadores de humanidades, será uma ferramenta fundamental que norteará os temas abordados neste livro, a começar com a análise de Zilda Iokoi sobre Coroas de glória, lágrimas de sangue, livro de Emília Viotti da Costa. Além do livro de Emília, obras de historiadores como E. P. Thompson, Nicolau Sevcenko, Aby Warburg, Tzvetan Todorov, Peter Burke e Chalmers Johnson serão igualmente objeto de exame das reflexões que compõem este volume. Em todos esses casos, autores diversos e temas por vezes díspares sugerem visita ou revisita, sempre instigante, ao clássico tema do significado de História e da tarefa do historiador.
Na Europa do século XVIII, a preferência exótica pelo uso do café e da bebida dos índios, ou seja, o chocolate, constitui sinal de uma profunda transformação da moda, do gosto e das boas maneiras, alimentada pelas novas tendências filosóficas e, em geral, pela modernização dos costumes e das formas de vida. Piero Camporesi, em sua capacidade de fazer falarem os textos e os documentos da época, reconstitui, de forma saborosa, um novo capítulo da história das mentalidades e do gosto.
Esta coletânea de artigos aborda as principais características do teatro ocidental, desde a tragédia grega até a dramaticidade e o espetáculo na obra Macário, de Álvares de Azevedo, passando por momentos do teatro latino, a tragédia shakespeariana, o teatro clássico francês e alemão, o melodrama e sua relação com a soberania popular, o simbolismo francês, a dramaturgia de Raul Brandão, o teatro norte-americano no século XX, um panorama sobre o teatro brasileiro e uma leitura de O Marinheiro, de Fernando Pessoa.