As conferências e os comentários reunidos neste volume se concentram nas obras de filósofos e cientistas sociais que estão marcados de um modo particular por seus contextos históricos. As duas últimas contribuições tematizam os próprios contextos.
Um dos mais importantes filósofos da atualidade, Jürgen Habermas, nascido na Alemanha em 1929, criou uma nova visão sobre as relações entre linguagem e sociedade. Foi professor de Filosofia da Universidade de Heidelberg e da New York School for Social Research, além de codiretor do Instituto Max Plank para a Investigação das Condições de Vida do Mundo Técnico-Científico, em Starnberg.
Rorty e Habermas estão entre os mais importantes intelectuais e filósofos e são, provavelmente, aqueles que têm maior público, dentro e fora das universidades. Entrevistas e artigos seus aparecem em jornais e revistas de grande circulação, e seus livros são traduzidos e publicados pelo mundo afora. Neste livro, Habermas e Rorty debatem e dialogam, entre si, sobre suas concepções mais gerais e, em especial, sobre filosofia, cultura, razão e política, num confronto que envolve posições de outros importantes pensadores, de ontem e de hoje, como Apel e os "pós-modernos" franceses, como Dewey e Wittgenstein, como Heidegger e Nietzsche, como Hegel e Kant. Suas concepções tratam de levar em conta os desenvolvimentos mais recentes da filosofia, em relação a temas como valores, linguagem, verdade e conhecimento.
Segundo volume da Coleção Habermas, este texto reproduz um discurso do filósofo proferido aproximadamente um mês depois do 11 de setembro de 2001. Embora circunstancial, é de grande importância no conjunto da obra do filósofo que, ao retomar o clássico tema fé e saber, adota uma nova expressão – “pós-secular” – imprimindo mudanças em sua teoria da modernidade, presente em suas obras posteriores.
As investigações reunidas neste volume, orientadas predominantemente de um ponto de vista histórico, destinam-se a desenvolver uma teoria crítica da sociedade projetada com um propósito prático e a delimitar seu status diante de teorias de outra proveniência.
Escritos entre 1930 e 1933 por Karl Popper, os ensaios que compõem esta obra, até agora inédita em português, precedem e dão origem ao clássico A lógica da pesquisa cientifica. No livro, o filósofo identifica os dois problemas fundamentais queestão igualmente na base dos problemas clássicos e modernos da teoria doconhecimento – o da “indução” e o da “demarcação” – e busca reduzi-los a um único problema. Debruçado sobre o “problema da indução”, que se refere à validade ou à justificação das proposições universais das ciências empíricas, Popper pergunta: “Enunciados factuais, que se baseiam na experiência, podem ser válidos universalmente? É possível saber mais do que se sabe?”. E, voltando-se ao “problema da demarcação”, concernente ao critério de demarcação científica, questiona: “Como se pode, em caso de dúvida, decidir se temosdiante de nós uma proposição científica ou ‘apenas’ uma afirmação metafísica?Quando uma ciência não é uma ciência?”. Essa última não é questão meramente de definição (“O que é ciência?”), mas envolve o centro do que se deve entender como o saudável método científico, aquele procedimento responsável pelo impressionante progresso da ciência empírica. Este livro representa, enfim e acima de tudo, uma nova tentativa de soluçãodessas questões cruciais e entrelaçadas da metodologia e teoria da ciência, paralelamente à eliminaçãodos pressupostos não percebidos e não examinados que levaram à aparente insolubilidade dos problemas da indução e demarcação.
Porta de entrada para o estudo da filosofia quineana, De um ponto de vista lógico reúne nove ensaios, entre os quais figura o indispensável “Dois dogmas do empirismo”, artigo que deu fama internacional a Quine e é, ainda hoje, um dos trabalhos mais discutidos na tradição da filosofia analítica.