Um relato de vida, uma história de chacinas
Gaspare Spatuzza conviveu e compartilhou durante muito tempo com a lógica impiedosa e não raro cruel da Cosa Nostra, tornando-se chefe no mundo mafioso e ocupando papel significativo nos massacres da década de 1990. Preso em 1997, desde 2008 se declara arrependido e passa a ser um resoluto colaborador da justiça. Em seu testemunho direto e pulsante, coletado pela autora em local secreto, Spatuzza conta a história do jovem do subúrbio de Palermo atraído e cooptado pela máfia, e permite um mergulho nas complexidades envolvidas nesse percurso junto ao crime.
Alessandra Dino ensina Sociologia Jurídica e Sociologia do Desvio na Universidade de Palermo. Ela é membro do Comitê Científico do Narcomafie, dos conselhos editoriais da revista Meridiana e da revista Historia Magistra. Entre suas publicações mais recentes, estão: La violenza tollerata: mafia, poteri, disobbedienza (2006); Pentiti: i collaboratori di giustizia, le istituzioni, l’opinione pubblica (2006); Symbolic Domination and Active Power: Female Roles in Criminal Organizations (2007); Sistemi criminali e metodo mafioso (con L. Pepino, 2008); Criminalità dei potenti e metodo mafioso (2009) e Novas tendências da criminalidade transnacional (organização, com Wálter Maierovitch. Editora Unesp, 2010).
De que maneira os grupos criminosos se articulam com as transformações de um mundo globalizado? Novas tendências da criminalidade transnacional mafiosa é um esforço de reflexão multidisciplinar sobre as peculiaridades das organizações criminosas e suas ramificações com os poderes políticos e econômicos. Organizados por dois especialistas no tema – Alessandra Dino e Wálter Fanganiello Maierovitch –, os textos reunidos neste volume procuram aliar diversas competências e culturas a fim de compreender esse novo mapa da criminalidade que cada vez mais confunde-se com o sistema legal.
Alessandra Dino investiga pela primeira vez os acontecimentos relacionados com essa luta pelo poder. Descreve uma máfia que visa ao estreitamento de relações com o mundo da política e da própria economia, produzindo, para isso, novos modelos organizacionais e novos estilos de comando. Dino define os perfis dos protagonistas desse processo e desenha uma biografia inédita da provável próxima líder.
Este livro contém dezesseis ensaios escritos por Todorov entre 1964 e 1969, em que o autor analisa os entrelaçamentos teóricos que emanam de análises sobre literatura e linguagem – é impossível compreender a literatura sem o olhar que se volta a seu componente poético, minimalista, ao passo que o estudo linguístico só se completa em face dos desdobramentos literários ensejados pela linguagem.
Coletânea de ensaios que analisam as variáveis que compõem o perfil das sociedades capitalistas contemporâneas a fim de abrir linhas de proposição para novas políticas de esquerda. Diante do fracasso das utopias históricas do comunismo e da crise de paradigmas que assola as sociedades ocidentais, este conjunto de textos aparece como base de um possível pensamento de esquerda pós-comunista.
Chamado diversas vezes de "monumento nacional" e considerado pelo modernista Oswald de Andrade "nosso escritor totêmico", Gilberto Freyre é mostrado neste livro como um rompedor de tabus, dono de um estilo coloquial que ofendeu alguns de seus primeiros leitores no início da década de 1930. Essencial para seu projeto era o foco no cotidiano, que incluía o estudo de culinária, vestimentas, habitação, corpo, pessoas comuns, objetos modestos e detalhes triviais. Ele era ainda surpreendetemente avançado em alguns aspectos. Nos anos 1920, já expressava preocupação com a devastação das florestas e, na década de 1930, promoveu estudos afro-brasileiros. Interessava-se por medicina alternativa e escreveu sobre a história do corpo, da sexualidade e até dos cheiros. Além disso, ao contrário de alguns de seus contemporâneos, movia-se com facilidade entre os mundos da "alta" cultura e da cultura "popular".