Vasta literatura a respeito das expedições de Colombo, Cortés, Cabral, Pizarro e outros, bem como sobre os processos de invasão e colonização que lhes sobrevieram, foi produzida por intelectuais de todo o mundo, especialmente nas Américas. No entanto, menos conhecida é a rica literatura produzida neste continente pelos próprios povos vencidos, ainda no “calor da hora” da invasão de que foram vítimas. Narrativas e imagens contemporâneas aos célebres relatos dos invasores europeus. Este volume apresenta uma antologia de tais relatos e rica iconografia com ilustrações presentes nos manuscritos originais.
Georges Baudot (1935-2002), historiador, antropólogo, foi professor na Universidade de Toulouse II-Le Mirail. Especialista em etno-história do México, língua nahuatl e literatura, dirigiu a revista Caravelle e escreveu cerca de uma dezena de obras, especialmente sobre os temas Mesoamérica e Nova Espanha.
Nascido na Bulgária, em 1939, Tzvetan Todorov radicou-se na França em 1963. Filósofo, historiador, crítico literário, é autor de dezenas de obras. Sua trajetória intelectual é permeada pela multiplicidade temática. Inscreve-se entre os expoentes surgidos no século XX no campo das ciências humanas. Faleceu em 2017, em Paris. De sua obra, a Editora Unesp já publicou Teoria da literatura: textos dos formalistas russos (2013), Simbolismo e interpretação (2014), A vida em comum: ensaio de Antropologia geral (2014), Teorias do símbolo (2014), Crítica da crítica (2015), Diante do extremo (2017), Os gêneros do discurso (2018), Poética da prosa (2019), Relatos astecas da conquista (organização, em parceria com Georges Baudot, 2019) e Deveres e deleites (2019).
Vice-secretário de Defesa no governo Clinton, o autor discute os grandes desafios que aguardam os EUA neste século. Trata não só da ameaça do terrorismo, cristalizada com os atentados de 11 de setembro de 2001, mas busca estabelecer paradigmas para que a nação redefina seus interesses nacionais na presente era da informação global. São enfatizados temas como a globalização, a solução de graves problemas internos e o paradoxo nacional de conservar o atual poderio militar sem se tornar um país excessivamente militarizado.
Os países desenvolvidos estão tentando "chutar a escada" pela qual subiram ao topo, ao impedir que os países em desenvolvimento adotem as políticas e as instituições que eles próprios usaram. Estudo novo e estimulante no qual o autor examina a pressão que o mundo desenvolvido exerce sobre os países em desenvolvimento para que adotem certas políticas e instituições hoje consideradas necessárias ao desenvolvimento econômico, mas que não foram seguidas por eles no passado.
Até mais do que Cuba, a Guatemala serviu de palco à guerra fria no continente. Em outubro de 1944, uma revolução deflagrada a partir de protestos urbanos pôs fim a uma das mais prolongadas e repressivas ditaduras da América, inaugurando uma década de mudanças sem precedentes, inclusive numa ambiciosa reforma agrária. Fortalecida pela iminente vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial, a Revolução de Outubro, como o governo recém-implantado não tardou a ser chamado, foi uma das estrelas mais rutilantes no vasto - posto que frágil - firmamento democrático que se plasmou em toda a América Latina entre 1944 e 1946.
Diz-se que o homem é um ser social. Mas o que exatamente significa essa frase? Quais as consequências desta observação aparentemente banal, que não há um eu sem um você? O ser humano estaria condenado à incompletude? Neste livro não há, como avisa o autor, um discurso fechado em certezas ou verdades absolutas, mas um amplo vasculhar sobre a questão.
“Não tento decidir sobre o que é um símbolo, o que é uma alegoria, nem como encontrar a boa interpretação, mas compreender, e se possível manter, o complexo e o plural.” É assim que Todorov demarca sua ambição neste livro, no qual, para falar do fenômeno da simbólica da linguagem, percorre disciplinas como a lógica, a poética, a retórica e a hermenêutica, em espaços e temporalidades diferentes, como a antiga tradição hindu, ou a exegese patrística e a filologia. Os exemplos textuais de que se vale são também variados, passando por Tolstoi, São João da Cruz, Maeterlinck, Henry James, Flaubert, Baudelaire, Rimbaud, Nerval e Kafka. Obra esclarecedora, que estabelece de forma precisa os diálogos entre esses vários estudos, entrelaçando os campos da produção e da recepção do simbólico na linguagem.