O livro se debruça sobre a tentativa da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de superar a fase chamada de "defensivismo sindical", desencadeada no Brasil a partir dos anos 1990, quando uma série de transformações econômicas, políticas e legais no bojo do neoliberalismo e da globalização dificultou crescentemente a atividade sindical. Para o autor, tratou-se de uma tentativa bem sucedida, já que atuando no sentido de ampliar sua abrangência representativa para além daquela que é reconhecida pelo conceito tradicional de classe trabalhadora, a CUT conseguiu, durante os governos do petista Luis Inácio Lula da Silva (2003-2010), implantar práticas que aprofundaram as suas ações participativas em meios institucionais. Essa operação, na verdade, teria sido facilitada pelo governo Lula, caracterizado como um governo de coalizão e inspirado no princípio do "diálogo social", com a criação de espaços de intervenção na forma de arranjos institucionais que envolveram representantes das diferentes classes sociais para debater os mais diversos temas. Dessa maneira, a CUT pode participar da elaboração de políticas de governo que interessavam não apenas aos segmentos estáveis da classe trabalhadora, mas também ao conjunto da sociedade, o que pode implicar futuramente em uma nova forma de representação dos trabalhadores, diferente da que se podia observar no século 20.
Guilherme Carvalho é doutor em Sociologia pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), graduado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e especialista em Comunicação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR). É editor de diversas revistas acadêmicas nas duas áreas de conhecimento e autor de vários artigos científicos sobre o tema jornalismo e sindicalismo. Atuou por mais de dez anos como jornalista sindical e atualmente é presidente do Sindicato dos Jornalistas do Paraná e professor no Centro Universitário Internacional (Uninter), em Curitiba, e da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
O autor, um dos fundadores do Partido do Trabalho da atual Rússia, descreve as mudanças que vêm ocorrendo naquele país, depois do advento da perestroika e da glasnost. Fornecendo informações e análises objetivas sobre essa situação, mostra como a velha nomenklatura se transforma na nova burguesia russa.
Por que a reflexão estratégica da China Antiga, bem como certa vertente de seu pensamento político, rejeitam a intervenção de qualidades pessoais (coragem dos combatentes, moralidade do governante) para alcançar o resultado desejado? Ou ainda: a que se deve, para os chineses, a beleza de um traço de escrita, o que justifica a montagem de uma pintura em rolos ou de onde vem o espaço que consideram poético? Ou, finalmente, como os chineses interpretam o “sentido” da História e por que precisam postular a existência de Deus para justificar a realidade? O objetivo deste estudo é encontrar, a partir da extrapolação de análises linguísticas, as linhas mestras subjacentes à cultura chinesa.
Historiador da filosofia conhecido sobretudo por seus estudos sobre Rousseau e Montaigne, Jean Starobinski retoma aqui a análise da gênese ideológica da Revolução Francesa. Rastreando a formação do conceito moderno de liberdade pelo imaginário estético do século XVIII, Starobinski restitui a complexidade do ideário que animou esse importante fato histórico. Análises iconográficas e textuais aparecem entrelaçadas a fim de possibilitar a compreensão das modalidades de interação entre filosofia e imaginário.
Peter Burke em A arte da conversação oferece uma importante contribuição aos estudos de história social da linguagem, um domínio relativamente novo que vem provocando um vivo debate interdisciplinar. Toma como ponto de partida os trabalhos dos sociolingüistas e procura entender as transformações da língua à luz do estudo da sociedade, tratando a língua como uma parte inseparável da História Social.
A obra do cientista político e historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira apresenta vários aspectos realmente inéditos do processo que culminou com a queda dos regimes comunistas no Leste Europeu, a derrubada do Muro de Berlim e a desintegração do chamado Bloco Socialista. Um desses aspectos é a participação do KGB, o serviço secreto soviético, com a colaboração dirigentes do Stasi, o serviço de inteligência da RDA, na derrubada de Erich Honecker. Essa e outras informações sobre as lutas internas entre os dirigentes da extinta República Democrática Alemã, antes e depois da demolição do Muro de Berlim, foram obtidas em entrevistas feitas diretamente com Egon Krenz, o sucessor de Honecker, Hans Modrow e Lothar de Maizière que foram primeiros-ministros entre a demolição do Muro de Berlim e a reunificação da Alemanha, e com Günter Schabowski, membro do Politburo do SED. Também Vernon Walter, embaixador dos EUA em Bonn, deu o seu depoimento. Todos esses homens desempenharam o mais relevante papel nos acontecimentos, e suas entrevistas, concedidas em janeiro/fevereiro de 1991, permitiram que o autor reconstruísse a história e desvelasse a trama que ocorreu nos bastidores da RDA, antes e depois da abertura do Muro.