Espaço, cultura e modernidade nas cidades brasileiras
A década de 1980 assinalou a invasão das grandes cidades brasileiras pelos shopping centers, que modificaram consideravelmente seus horizontes físicos e humanos. Provocaram, entre outras, alterações na paisagem arquitetônica, no sistema viário, na estrutura do comércio, nos hábitos de consumo e de convívio entre as pessoas. Esta obra procura oferecer enfoques representativos de realidades urbanas distintas como São Paulo, o interior paulista, Porto Alegre e Belo Horizonte, na visão de geógrafos, arquitetos e antropólogos.
Geógrafa. Departamento de Planejamento Regional do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), câmpus de Rio Claro (SP).
Antropólogo. Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo, e pesquisador em seu Centro de Estudos da Cultura e do Consumo (CECC).
Perfil de Milton Santos, renomado professor da Universidade Federal da Bahia, que, falecido em 2001, deixou um legado de Geografia, considerando o que ensinou e publicou na Europa, África, América do Norte e do Sul: a Geografia como resultado de um confronto crítico em relação a outras definições por ele aprendidas e ensinadas, no sentido de que, como ciência social, produza o saber com a produção de um discurso intelectual que possa ser base de um discurso político distintamente premiado.
Neste obra, o historiador e antropólogo Jack Goody empreende estudo comparativo entre os vários “renascimentos” que ocorreram nas culturas ocidental e oriental. Movido pela desconstrução do discurso eurocêntrico sobre a singularidade do Renascimento italiano em relação à história mundial, o intelectual britânico localiza, analisa e traça paralelos e conexões com as eras douradas da China, da Índia, do Islã e do judaísmo. Sem negar a especificidade do florescimento europeu, esse rigoroso e acessível trabalho destaca a importância de contribuições de outras culturas para a construção da modernidade, tida pela historiografia tradicional como obra exclusivamente europeia.
O tempo livre é visto hoje como elemento indispensável na busca de melhor qualidade de vida. Isso nos permite afirmar que as atividades que o preenchem e as formas de desfrutá-lo constituem via de acesso privilegiada para a compreensão e dinâmica cultural e dos valores sociais contemporâneos. Valendo-se dessa percepção, Magnani desenvolveu uma das primeiras pesquisas etnográficas realizadas no Brasil sobre as modalidades de entretenimento e suas relações com a rede de lazer.
Eagleton toma como base sua insatisfação quanto ao significado antropológico amplo e com o sentido estético rígido da "cultura", e busca algo que a diferencie de outros conceitos fundamentais da Sociologia, por considerar em jogo o uso do conteúdo da alta cultura. Busca as transformações históricas pelas quais o termo passou e seus usos contemporâneos. Ao mergulhar na crise moderna da idéia de cultura, aborda os choques culturais, a dialética da natureza e da cultura, dialogando com Marx, Nietzsche e Freud, e aprofunda a visão com relação à homogeneização da cultura de massas, a função da cultura na estruturação do Estado-Nação e a construção de identidades e sistemas doutrinários.
De uma perspectiva histórico-descritiva, este livro delineia um quadro amplo e generalizado sobre o conceito de rede geográfica, materializada pela rede de internet, que configura a relação entre as novas tecnologias de informação e o cotidiano de pessoas e empresas. A análise não se restringe a obras de autores consegrados da Geografia, da Economia e da Sociologia, mas incorpora teses acadêmicas, jornais de divulgação e sitios de informática, articulando os traços mais evidentes da rede urbana com as características das cidades em rede. Ao facilitar a compreensão das transformações mais recentes na sociedade, adotando diferentes discursos e um ponto de vista transdisciplinar, a obra enfatiza o papel do ser humano no entendimento da rede urbana, com base na estruturação da rede de internet, servindo como instrumento de provocação para o aprofundamento dessas temáticas.