História social da linguagem
Estudo interdisciplinar que examina o papel da língua falada e escrita na formação do nosso sentido de realidade e na construção do nosso próprio eu. Na primeira parte, estudam-se línguas de densidades especiais. Na segunda, é examinada a política da língua. E na terceira, as relações entre formas de expressão e desenvolvimento na autodefinição do indivíduo.
Peter Burke é professor aposentado de história cultural da Universidade de Cambridge e membro vitalício do Emmanuel College. Entre suas publicações estão A escola dos Annales (2011), Linguagens e comunidades (2010) e A tradução cultural: nos primórdios da Europa Moderna (2009), todos lançados no Brasil pela Editora Unesp.
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Discutindo conceitos fundamentais, como ideologia, significação e discurso, e analisando escolas que se aproximam das idéias de F. R. Leavis, o marxismo althusseriano, o pós-estruturalismo de Foucault e Derrida e o New Historicism, os autores defendem que existem importantes deficiências nas bases conceituais e nas implicações políticas e literárias da teoria literária contemporânea.
Os textos que compõem Línguas e jargões estudam as línguas semiprivadas, dialetos ou jargões desenvolvidos por diferentes grupos sociais, analisando suas funções e mudanças através do tempo. Em seu conjunto, estes ensaios constituem contribuição definitiva à história da linguagem e à sociolingüística.
Peter Burke em A arte da conversação oferece uma importante contribuição aos estudos de história social da linguagem, um domínio relativamente novo que vem provocando um vivo debate interdisciplinar. Toma como ponto de partida os trabalhos dos sociolingüistas e procura entender as transformações da língua à luz do estudo da sociedade, tratando a língua como uma parte inseparável da História Social.
Cobrindo o período que vai do século XVI ao século XX, os vários estudos apontam para a perspectiva da linguagem como rica fonte para os historiadores e oferecem significativas sugestões para os lingüistas. Mostram como numerosas batalhas foram travadas não apenas na linguagem, mas também sobre a linguagem. E, igualmente, indicam como a história das revoluções, das profissões, das nações, das revoluções entre os sexos é inseparável do papel da linguagem em definir, sistematizar, unificar e dividir.
O cortesão, de Baldassare Castiglione (1528), é referência central na cultura européia renascentista. Trata-se de guia em forma de diálogo para a conduta na corte. Dada a sua importância para a compreensão do espírito da época em que foi elaborado, O cortesão tem merecido análises cuidadosas nos últimos anos. O estudo de Burke, no entanto, enfoca o impacto da obra de Castiglione na Europa, em particular sobre leitores dos séculos XVI e XVII.