A medicina tem sido um exemplo interessante de uma disciplina que tem procurado estabelecer a convergência entre explicações sociais e "naturais", mostrando como a manifestação do fenômeno doença depende, freqüentemente, de condições suficientes, de natureza social. Ela, sem dúvida, nunca deixou de entender que a explicação das doenças e sua cura é facilitada pelo conhecimento do contexto social em que vivem as pessoas. Bem ou mal, ela tem buscado explicá-las através da referência a fatores sociais, ainda que, o mais das vezes, esse social seja encarado como constituído por características de pessoas, na já tradicional concepção multicausal da doença. Este livro volta-se, fundamentalmente, para as práticas sociais da medicina. Estas são, inquestionavelmente, objeto da sociologia. Mas podem ser, também, objeto da medicina, quando concebida como atrás. Em outras palavras, os aspectos sociais da medicina, como os institucionais, se são objeto da sociologia aplicada à medicina, podem também, ser objeto de uma disciplina que se tem denominado de Medicina Social.
José Carlos de Medeiros Pereira (1935 - 2009) nasceu em Batatais (SP). Foi doutor em Sociologia e livre-docente em Medicina Social. Aposentou-se como professor-adjunto da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. Entre seus livros publicados, destacam-se Estrutura e expansão da indústria em São Paulo, Formação industrial do Brasil e outros estudos e Medicina, saúde e sociedade.
A obra de Haug é instância de peso dentro do pensamento estético alemão. Suas teses, sempre guiadas pela originalidade de tratamento e fertilidade intelectual, sugerem uma visão do campo onde melhor pode render, no plano da estética, a análise das formas econômicas. Por este prisma, este livro revitaliza o debate a respeito do impacto e presença da produção e reprodução capitalistas sobre a criação e consumo intelectual e estético.
O tema Mediação Cultural Social é aqui tratado por autores de vários países e conjunturas. A principal característica deste livro é justamente o trânsito entre o campo da arte e o da educação. Os textos são reunidos em quatro tópicos: questões gerais em torno do conceito ou do campo da mediação; experiências de mediação em museus ou centros culturais; a mediação no âmbito da educação formal; e possibilidades de reconstrução social que a relação com o campo da arte e da cultura potencializa. As experiências relatadas com base nos contextos francês, espanhol, português e norte-americano servem de contraponto para pensar as demandas e as especificidades da realidade brasileira na área de mediação.
Jean Bernard apresenta, em seu instigante livro, um panorama único sobre o passado, o presente e o futuro da medicina e da saúde, combinando aspectos históricos, tecnológicos e bioéticos em sua abordagem. Suas previsões para o futuro da medicina e da saúde humana são embasadas num sólido histórico da medicina que, somado à preocupação ética do autor, faz deste livro uma obra de grande interesse no campo das ciências biológicas e sociais.
O Serviço Social no Brasil começou a emergir como área de produção de conhecimento crítico sobretudo após a década de 1970. Nesta obra, o autor Ricardo Lara vai avaliar justamente a produção de conhecimento dessa área, analisando as principais teorias que começaram a surgir, influenciadas, em maior escala, por Marx e Lukács. Em um segundo instante, Ricardo Lara parte para refletir sobre as questões relativas ao “mundo do trabalho” e o papel do Serviço Social no debate da situação dos trabalhadores. O autor resgata a pesquisa deste campo de estudo para também olhar criticamente as contribuições geradas para esses profissionais, debatendo a ética no trabalho e a influência do sistema de produção capitalista. Com uma visão bastante precisa do Serviço Social, Ricardo Lara já se mostra um promissor crítico para as discussões que envolvem esse conhecimento.
Resultado de um conjunto de conferências ministradas por Adorno, este livro expõe seu modo de reflexão a respeito das articulações entre arte, história e sociedade. Adorno é capaz de encontrar a “sociedade inconsciente de si mesma” em fenômenos aparentemente contingentes, como a formação do público ouvinte de ópera ou o culto contemporâneo à figura do maestro. Esta obra de maturidade do pensamento adorniano surge como um verdadeiro tratado metodológico sobre os regimes de reflexão crítica a respeito da arte.