A tarefa do autor é mostrar que, ao lado das leituras estéticas, teológicas, litúrgicas, tradicionais, uma leitura antropológica é possível. Tais "leituras de ícones" têm como objetivo não somente fazer com que conheçamos melhor as tradições nas quais eles foram concebidos, mas também nos iniciar na prática visionária que os inspirou, permitindo-nos verificar os elementos dos quais o ícone é composto: as cores e as formas que o estruturam, e as razões que explicam seu poder inspirador.
Jean-Yves Leloup, doutor em Psicologia, Filosofia e Teologia, leciona na Europa, nos Estados Unidos e na América Latina. É autor de inúmeras obras, entre as quais Se minha casa pegasse fogo, eu salvaria o fogo, O ícone: uma escola do olhar e João da Cruz ou A noite habitada, todos publicados pela Editora Unesp.
Jean-Yves Leloup propõe um trabalho estritamente positivo; trata-se de se expor, da maneira mais objetiva possível, a doutrina de São João da Cruz. Dessa forma, o leitor irá encontrar nesta obra os grandes temas que constituem a doutrina católica e ortodoxa: teologia trinitária, cristologia e pneumatologia. O autor cita longamente alguns textos nos quais São João da Cruz parece querer fornecer uma síntese de seu pensamento. É importante ressaltar que o livro não tem o cunho de um trabalho de teologia histórica ou crítica, mas sim de teologia mística, com o intuito de permanecer fiel ao carisma próprio de São João da Cruz, que é conduzir as almas pelas vias da união com Deus.
Santo Tomás de Aquino e Nicolau Cabasilas são representantes eméritos do que se poderia chamar "a Igreja do Ocidente e a Igreja do Oriente". Autores tão diferentes, envolveram-se em questões que hoje a muitos pareceriam "inúteis" ou, mínimo, "inatuais", porque o mundo presente certamente alega outras "urgências", em lugar de resolver problemas de "graça sacramental". Neste livro, Jean-Yves Leloup se ocupa em examinar aspectos em que se opõem ou se completam as doutrinas desses dois autores que foram, em sua opinião, pensadores "incomparáveis".
Hegel (1770 - 1831) deu suporte para que seus sucessores, de Marx a Merleau-Ponty, de Kierkegaard a Nietzsche, dessem curso à era moderna. Se a filosofia de Hegel parece tão contemporânea, suas ideias “religiosas” são consideradas anacronismos. Para R. Plant, porém, essa divisão é falsa: em suas investigações religiosas, Hegel enfrentou questões de grande interesse.
Como Gideon Calder evidencia nesta introdução clara e acessível, Richard Rorty é um dos mais astutos comentadores filosóficos de nossos tempos. Freqüentemente citado como "pós-modernismo em língua inglesa", seu pensamento constitui uma defesa robusta e multifacetada da afirmação pragmatista de que as idéias devem ser avaliadas pelo que contribuem para o progresso social concreto e não por sua proximidade de uma "realidade" independente da linguagem ou da "verdade". Ao veicular o tom geral do pensamento rortyiano, Calder procura nos mostrar porque - estejamos ou não persuadidos por ele - deveríamos de fato ser provocados e reagir a suas teses centrais.
Escrito em um momento decisivo do debate das vanguardas musicais pós-Segunda Guerra, este livro traz uma proposição maior referente à teoria adorniana da arte. Trata-se da defesa de que a modernidade das obras não está necessariamente vinculada à modernidade dos materiais. Assim, Berg, o compositor pretensamente mais regressivo da Segunda Escola de Viena, pode aparecer como nome fundamental para a compreensão dos problemas que continuam a animar a composição musical.