Ensaio sobre o valor da lealdade à palavra empenhada na contemporaneidade
O autor busca refletir sobre a força da lealdade à palavra dada, valor que, para algumas pessoas, determina julgamentos frequentemente contrários aos deveres e a qualquer outro valor moral necessário à existência da sociedade.
Nelson Pedro-Silva é psicólogo, mestre em Psicologia da Educação e doutor em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP. Docente do curso de graduação e pós-graduação de psicologia da Unesp, há mais de 15 anos dedica-se ao estudo de temas relacionados ao desenvolvimento psicológico infantojuvenil e, atualmente, também coordena o Centro de Atendimento Psicopedagógico Bárbara Inhelder, que se dedica a intervir junto às crianças e aos adolescentes considerados fracassados no aprendizado escolar e que vivem em situação de risco pessoal e social.
Nascida em 25 de julho de 1908, em Roma, e falecida em 19 de agosto de 2000, em Montevidéu, Luce Fabbri agitou a bandeira anarquista ao longo do século em dois continentes. A partir dos depoimentos da própria Luce Fabbri e de seus diversos textos - livros, folhetos, artigos de jornal e revista -, a historiadora Margareth Rago, professora da Universidade Estadual de Campinas e especialista em história do feminismo e do movimento anarquista, relata a vida fascinante dessa mulher que foi educadora do ensino secundário, professora da Universidade da República do Uruguai, escritora e poeta. Crítica feroz do stalinismo, Luce lutou contra o fascismo italiano e as ditaduras latino-americanas. Trata-se de um ponto de vista feminino sobre as experiências que compõem a história do anarquismo entre Itália, França, Suíça e América Latina.
Licinia Maria Correa realiza análise de peso sobre a qualidade da educação no país. Ela parte da própria percepção que os jovens têm da escola, investigando o valor que atribuem às instituições de ensino, ao mesmo tempo em que confronta a relação, por vezes antagônica, entre alunos e professores. O retrato que a autora faz do ambiente escolar é pautado nos depoimentos colhidos junto a jovens ligados à ONG Projeto Meninos e Meninas de Rua (PMMR). Por meio da observação participante nas aulas e de entrevistas individuais e coletivas, a autora traça um panorama da condição desses jovens, que são residentes dos subúrbios de São Bernardo do Campo. A partir desse rico conteúdo, que dá voz aos participantes do processo de ensino, Licinia desenvolve uma análise sócio-histórica da instituição escolar, de sua constituição e dos conflitos sociais que a atravessaram, evidenciando os mecanismos sutis de produção do fracasso escolar. Trabalho maiúsculo e obrigatório para todos os profissionais de educação.
Neste livro, estão reunidos onze textos produzidos durante a atuação profissional da autora, no ensino fundamental e médio, entre 1976 e 1991, e na Universidade Estadual Paulista, desde 1991. Nele, “o leitor vai encontrar, ao lado de instigantes reflexões sobre questões de literatura, leitura e ensino, registros preciosos da formação de um pesquisador. No caso, da autora Maria do Rosario Mortatti, especialista renomada na área de leitura e educação. É com os passos que construíram sua expertise na área que este livro, já de início, nos familiariza. [...] Foi por este percurso, e ao longo de todo ele que – creio – foi se tecendo, se fortalecendo e se sofisticando a indagação fundamental que a autora faz a si mesma e a seus leitores: a leitura da literatura é mesmo essencial? E se for – como creio que postula Mortatti e que constitui a tese deste livro – como desenvolver práticas pedagógicas, formais e informais, que promovam acesso humanamente significativo a textos literários? [...] Considerando que é a importância da leitura, particularmente a importância da leitura literária que justifica a missão da escola de formar leitores, Mortatti acompanha o percurso histórico cumprido pelas reflexões/preocupações sobre o papel da leitura na escola e (para fora dela) na vida de todos nós.”
Este trabalho a respeito de punks conta com elementos de antropologia, história, sociologia, psicologia, geografia, filosofia e com estudos de identidade cultural. Resultado do contato e do envolvimento do autor com o grupo pesquisado numa convivência por sete meses, explora conteúdos geográficos existentes na memória e no imaginário social de jovens brasileiros engajados em movimentos culturais. Uma contribuição da geografia para o estudo dos punks que também reforça o debate dos novos rumos da geografia brasileira, na perspectiva dos sujeitos sociais.
Em Vivendo no fogo cruzado, Maria Helena Moreira Alves e Philip Evanson se lançam a uma pesquisa de campo para colher testemunhos da nova estratégia de segurança pública no Rio de Janeiro. Entrevistam mães de filhos desaparecidos, líderes de associações de bairro, professoras comunitárias, trabalhadores etc. A seguir, conversam com integrantes das forças policiais e, por fim, com representantes do poder político. O resultado é uma interpretação polifônica e abrangente, reunindo depoimentos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, do governador do Rio, Sérgio Cabral, e de seu secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, entre outros.