Uma introdução - 2ª edição revisada e ampliada
Dividida em sete partes, esta obra, que contou com a colaboração de acadêmicos de expressão, aborda questões que envolvem o recente passado autoritário do Brasil. Tendo como pano de fundo preocupações quanto à consolidação de um regime plural, que assegure os valores da liberdade e de participação ampliada e a incorporação crescente de todos para uma cidadania plena, apresenta indagações com relação: às relações entre os níveis de governo; às atribuições do Estado Federal, dos estados e municípios; às dificuldades da vida municipal, sob os aspectos político e administrativo; à separação entre o público e o privado; ao papel das forças armadas, das igrejas e das elites empresariais e políticas, na construção da política e do Estado brasileiro.
Lúcia Avelar é bacharel em Sociologia e Politica pela Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais. Mestre e doutora pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, tem pós-doutorado pelo Departamento de Ciência Política da Yale University. Ex-professora da Universidade Estadual de Campinas, atualmente é professora titular e diretora do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília. Autora de inúmeros trabalhos sobre a participação das mulheres na vida política e estudiosa do tema da democracia e participação política.
Nosso passado autoritário, ainda tão recente, torna imperativa a procura do aperfeiçoamento democrático. É preciso consolidar um regime plural, que não só assegure o valor da liberdade, mas também os de participação ampliada e incorporação crescente de todos ao gozo de uma cidadania plena, em todos os campos. Essas preocupações são o pano de fundo para muitas das contribuições ao volume. Os capítulos suscitam muitas indagações com óbvias implicações normativas. Seria, por exemplo a instituição parlamentar mais adequada ao país do que o atual sistema presidencial de governo? Qual é a natureza das relações entre os diferentes níveis de governo – federal, estadual e municipal – no âmbito de nosso regime federativo? Quais as atribuições do estado federal, dos estados federados e dos municípios? Quais as dificuldades da vida municipal brasileira em seus aspectos políticos e administrativos? Tem sido a separação entre o público e o privado, confundidos desde os primórdios da colonização, elemento relevante na construção de nossa política e, em particular, do Estado brasileiro? Qual o papel das forças armadas, das igrejas, em sua diversidade, das elites empresariais e políticas, nessa construção? Estas e outras questões são abordadas em Sistema Político Brasileiro: uma introdução, com a colaboração de um bom número de destacados acadêmicos de diversas universidades do Brasil.
O termo interdisciplinar é cada vez mais usado entre os pesquisadores das mais diversas áreas de pesquisa. Poucas vezes, porém, o tema foi tratado com tamanha lucidez como neste livro. O historiador inglês realiza um rico diálogo entre a disciplina História e suas correlatas, que incluem a Sociolingüística, a Psicologia Social e a Comunicação, entre outras. Esse esforço estimula a estudar a cultura de um prisma abrangente e eclético, que permite o diálogo fecundo entre idéias distintas de diferentes ciências.
Andando na contramão das tendências contemporâneas nas Ciências Políticas, Bobbio demonstra, neste livro, a atualidade da distinção entre esquerda e direita. O ponto de ruptura encontra-se na diversidade dos modos de encarar o problema da desigualdade social e de traçar seus diagnósticos e prognósticos. Com isto, desvela-se a permanência de antigos conflitos por trás de novas situações socioeconômicas.
Mestre nas discussões das relações entre a moral, a ética e a política, o autor argumenta que a serenidade é uma virtude passiva, associada à não-violência, mas que não pode ser confundida com a submissão ou com a concessão. Outros temas discutidos são os elos entre as razões de Estado e democracia, além de temas fundamentais na Europa de hoje, como a tolerância, relacionada ao preconceito, ao racismo e à delicada questão da imigração que está obrigando o Velho Continente a conviver com diferentes crenças religiosas e políticas.
Anthony Giddens, mais uma vez, contribui, de forma ousada, para o debate contemporâneo das Ciências Humanas. Nesta nova, o autor inglês se preocupa basicamente com a definição dos rumos metodológicos da investigação científica nas Humanidades, com a reformulação da teoria crítica e com o estabelecimento de novas bases para a idéia da modernidade.