Lições da América Latina
Finalmente a relação entre geografia e desenvolvimento recebe a devida atenção. Prevaleceu durante décadas a sensação de que, já que a geografia é imutável, não existe motivo para levá-la em conta nas políticas públicas. Geografia é destino? recusa essa premissa. A obra argumenta que, com base em um entendimento melhor da geografia, as politicas públicas podem ajudar a controlar ou canalizar sua influência na direção dos objetivos do desenvolvimento econômico e social. Utilizando tanto uma perspectiva internacional quanto uma abordagem de estudo de caso, o livro explora os fatores geográficos – produtividade da terra, condições de saúde, frequência e intensidade dos desastres naturais e acesso ao mercado – para ajudar a explicar as diferenças de desenvolvimento entre os países e em seu interior. Ele conclui propondo políticas que superem as limitações geográficas. Geografia é destino? é leitura obrigatória para todos que trabalham na administração federal e regional, em organizações internacionais, na universidade e no setor de pesquisa.
John Luke Gallup, pesquisador econômico independente, estuda os problemas de pobreza, geografia e saúde nos países em desenvolvimento. Seus atuais projetos utilizam a minhoca na erradicação do agente laranja no Vietnã. Recentemente lecionou economia e foi pesquisador colaborador no Centro para o Desenvolvimento Internacional para o Desenvolvimento Internacional da Universidade de Harvad. Tem doutorado em economia e mestrado em demografia pela Universidade da Califórnia, câmpus de Berkeley.
Alejandro Gaviria é vice-diretor do Ministério do Planejamento da Colômbia. Foi membro da Fedesarrollo, principal instituição de pesquisa de política públicas da Colômbia, e pesquisador do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Escreveu sobre temas sociais e institucionais. Suas publicações mais recentes incluem artigos de jornal sobre crime e fraude, mobilidade social e corrupção, bem como um livro sobre a política educacional da Colômbia. É doutor pela Universidade da Califórnia, câmpus de San Diego.
Eduardo Lora é economista e colombiano. Mestre em economia pela London School of Economics, é o principal conselheiro do Departamento de Pesquisa do Banco Interamericano de Desenvolvimento; ele coordenou, entre outras coisas, o relatório anual do Banco, chamado Economia e Progresso Social na América Latina. Ele foi membro associado da Faculdade Saint Anthony da Universidade de Oxford, editor de Coyuntura Económica e diretor-executivo da Fedesarrollo, a principal instituição de pesquisa de políticas públicas da Colômbia.
A Revolução Francesa "foi, e continua sendo, a base para uma enorme esperança, a esperança de mudar o mundo, eliminando as injustiças, em nome das luzes da razão e não de um fanatismo cego. Como ela se inscreveu na história num momento determinado da evolução das forças econômicas, sociais e culturais, sabemos que seu êxito teve origem na união das aspirações da burguesia e das classes populares. E, por causa disso, percebe-se bem tudo que fica faltando: a conquista da igualdade pela mulher, a ratificação do fim da escravidão, mas, sobretudo, a eliminação das desigualdades sociais, no momento mesmo em que, ao desferir o golpe derradeiro no feudalismo, ela estabelece as bases sobre as quais irá progredir a sociedade liberal, do século XIX até os dias de hoje."
Casamento e moral, através de análise intercultural, questiona os códigos que nos levam a ter determinadas atitudes - individuais, familiares e sociais - em relação ao sexo e ao casamento, defendendo uma nova moralidade e explorando mudanças no papel do casamento e de códigos de ética sexual. O livro gerou polêmicas na época, fazendo, inclusive, que em 1940 o autor perdesse o cargo de professor no City College, em Nova York, por considerarem suas opiniões moralmente impróprias.
De forma didática e atenciosa, Marc Ferro aborda neste livro o processo colonizador, em especial aquele levado a cabo pela Europa no além-mar entre os séculos XVI e XX. Alicerçado nos domínios da história, o autor lança luz sobre os eventos políticos, sociais, econômicos e culturais que sustentam o colonialismo e que, assim, dão origem a novas sociedades – das quais nem todas sobrevivem. Seguindo o formato de uma entrevista, Marc Ferro responde questões como: O que é o imperialismo? Qual a ligação entre colonização e escravatura? Como estas coexistiram com o Iluminismo? Por que muitos povos se permitiram colonizar? Como se deu o movimento de liberação das nações colonizadas? Desse modo, um tema espinhoso e muito atual é destrinchado e exposto ao grande público.
Em Crer e saber, Raymond Boudon realiza uma síntese dos temas centrais de sua trajetória intelectual, complementada por uma apreciação da sociologia clássica. O autor não se limita, entretanto, ao registro testamental de temas e autores que lhe são caros – como Max Weber e Émile Durkheim – e que constituem a torre teórica de seu pensamento. Neste livro, Boudon procura dar maior sistematicidade às suas análises, aprofundando a relação entre considerações teóricas e estudos sociológicos quantitativos. O texto inicia-se com uma revisão da teoria geral da racionalidade e a verificação dos tipos fundamentais de explicação racional para as crenças. Em seguida, a partir dos resultados de uma pesquisa mundial sobre valores sociais, o autor se ocupa das diferentes versões da questão da justeza do julgamento e de suas aplicações nos domínios moral, religioso e político. Raymond Boudon (1934-2013) é um dos mais importantes cientistas sociais contemporâneos. É conhecido pelas pesquisas sociológicas sobre mobilidade social e desigualdade de oportunidades e pela defesa do individualismo metodológico. Entre outras obras, publicou L’inégalité des chances (1973), La logique du social (1979) e Dictionnaire critique de la sociologie (1982).
Neste livro, Jacques Rancière continua sua sutil reflexão sobre o poder da representação de imagens de arte. Como a arte contribuiu para eventos que atravessaram uma era? Que lugar atribui aos atores que participaram desses eventos - ou que deles foram vítimas? De Alexander Medvedkine a Chris Marker, de Humphrey Jennings a Claude Lanzmann, mas também de Goya a Manet, de Kandinsky a Barnett Newman, ou de Kurt Schwitters a Larry Rivers, essas questões remetem à história da própria arte. Perguntar sobre a forma como os artistas recortam o mundo sensível para isolar ou redistribuir seus elementos é questionar a política presente no coração de qualquer abordagem artística. Para Jacques Rancière, não há imagem que não traga em si inúmeras possibilidades de reflexão sobre o contexto em foram produzidas, seja pelo que mostram, seja pelo que ocultam.