Este livro explora as origens do mito da Atlântida, com Platão, e seus desdobramentos na Antiguidade greco-romana e bizantina, na Renascença e na Idade Moderna. Vidal-Naquet consegue uma proeza pouco comum: ser erudito e agradável, mostrar domínio da História antiga, moderna e contemporânea, analisar documentos e esclarecer suas conexões com a política e o imaginário social. Apresenta, ainda, um conjunto fascinante de imagens, assim como passagens de inúmeros autores, traduzidos e comentados. As percepções populares mesclam-se às abordagens científicas, em um caleidoscópio original e sempre em mutação. Vidal-Naquet mostra, de forma magistral, como se formam os mitos e como continuam a ocupar lugar de destaque em nossa época.
Pierre Vidal-Naquet (1930-2006) foi professor da École des Hautes Études en Sciences Sociales e diretor do Centre Louis Gernet, fundado por Jean-Pierre Vernant. Escreveu inúmeras obras sobre a Grécia antiga e sobre História contemporânea, em especial sobre a guerra da Argélia e sobre o revisionismo.
François Dosse define esta obra como um duplo convite: para os historiadores lerem a filosofia da história e para os filósofos se aproximarem dos historiadores. Ao longo destas páginas, intercalando referências a autores clássicos e contemporâneos, o pensador francês reconstrói esse diálogo interditado ao longo do tempo, cujo resgate considera fundamental para a superação dos novos desafios da disciplina histórica.
Nesta obra clássica e indispensável sobre o tema da escravidão e dos movimentos abolicionistas dos séculos XVIII e XIX, o autor Seymour Drescher analisa o aparente paradoxo da escravidão em plena era do Iluminismo. Ele confronta os fundamentos políticos e sociais do "princípio de liberdade" da Europa Ocidental com o papel pioneiro e decisivo do continente na globalização tanto da escravidão quanto da abolição da escravatura.
Esta obra apresenta um estudo de dimensão global sobre as ilhas, formações geológicas definidas por seu apartamento característico, mas cujos destinos sempre estiveram entrelaçados com o desenvolvimento da comunidade humana.
De amplo escopo, o livro que o leitor tem em mãos não é somente uma biografia de Richelieu; é também, e principalmente, uma fotografia dos primeiros trinta anos do multifacetado e intenso século XVII. A trajetória dessa proeminente figura se entrelaça com a história da hegemonia política, mas também cultural, da França nos dois séculos seguintes: o prestígio mundial da literatura, dos costumes e das ideias francesas não era um fato puramente intelectual; era também o resultado da preeminência da França na Europa – a qual as ações decisivas do cardeal ajudaram a forjar.
A formação da identidade nacional moçambicana é aqui analisada por um sociólogo que, além de testemunha, foi protagonista do processo de independência, tendo também ocupado cargos ministeriais. José Luís Cabaço mostra os conflitos culturais, as ideologias e as políticas que moldaram o país africano desde o período colonial até a luta emancipadora dos anos 1960 e 1970, quando opta pelo modelo socialista.