A adolescência é o tempo da descoberta e da abertura de possibilidades; sua representação, contudo, nasce para sustentar os aparatos científicos e os discursos psicopedagogicos que a inventam, transformando-a no momento da doença e da incapacidade de aceitar o mundo "tal como ele é". Nesse imaginário, remete a turbulência, caoticidade e descontrole, provocados por instintos exacerbados ou por "excesso de hormônios", os quais é preciso refrear. Neste livro, com um olhar penetrante e agudo, a autora surpreende pelos deslocamentos, pelas surpresas e pelo percurso inovador na maneira de perceber os problemas que afetam a vida de tantos jovens, examinando não apenas emergência, mas também a "morte" da adolescência na modernidade.
Maria Rita de Assis César é graduada em Ciências Biológicas (1988), mestre (1998) e doutora (2004) em Educação pela Unicamp, com estágio realizado na Universidade de Barcelona (Espanha). Realizou um estágio de pesquisa (1995-1997) na New School for Social Research em Nova York. Desde 2000, é professora no Setor de Educação na Universidade Federal do Paraná-UFPR e também atua como professora permanente no Programa de Pós-graduação (mestrado e doutorado) em Educação da mesma instituição. É editora do periódico Educar em Revista e tem vários artigos publicados em periódicos nacionais e estrangeiros e capítulos de livros sobre gênero, sexualidade e corpo, além de temas relacionados aos estudos pós-estruturalistas em Educação.
Um panorama da vida escolar pelos olhos da mídia impressa Atualizado recorte da história da educação, esta obra traça um quadro peculiar, ao investigar uma história imediata produzida pelos efêmeros produtos da lógica do marketing e pelas disputas no campo jornalístico.
Marisa Lajolo e Regina Zilberman apresentam aqui um traçado consistente do nascimento, da consolidação e das transformações das práticas de leitura da sociedade brasileira, sem ignorar o fato de que cada época, cada obra e cada autor trazem consigo características próprias. Por esse viés, acompanhamos, fascinados, o amadurecimento do leitor – o que, por consequência, também nos esclarece sobre as conexões intrínsecas entre o universo fantasioso (e fantástico) da literatura e o mundo social em que habitamos.
A primeira edição de Psicologia diferencial data de 1966. A presente reedição, cuidadosamente revista, incorpora dois conjuntos de textos: um de esparsos, dedicado aos problemas da educação; e, outro, na maioria de inéditos, a variados aspectos da abordagem do autor à Psicologia. Escritos entre 1953 e 1975, os textos sobre educação trazem desde avaliações sobre a situação do ensino no Brasil até variadas abordagens em artigos originalmente publicados nas revistas Pesquisa e Planejamento, Atualidades Pedagógicas e Ciência e Cultura. Os dois ensaios que se destacam no conjunto propõem a interface entre Educação e Psicologia: “Educação e relações interpessoais” e “A investigação psicológica em face da educação brasileira”. “Dois experimentos em Psicologia”, já publicados quando o autor era aluno de Fritz Heider, na Universidade do Kansas. Dois verbetes permitem registrar o Dicionário de psicologia que permaneceu em projeto, ao passo que a palestra “Código de ética do psicólogo” assinala sua integração nas atividades com vistas à regulamentação da profissão, e o artigo “Ensino de psicologia” registra sua experiência como professor da disciplina. Por fim, o volume reúne ainda os capítulos correspondentes a pouco menos da metade da primeira parte de sua inacabada História da psicologia contemporânea, intitulada Freud e as psicologias dinâmicas.
A partir da revolução na psicanálise proporcionada pelas ideias de Freud acerca do inconsciente humano, a autora Araguaia Solange de Souza Roque faz uma análise dos romances de dois autores italianos. Ela mostra como a subjetividade na formação do sujeito, pensada pelo psicanalista alemão, iria influenciar a produção literária daquele período do século XX. Inseridos neste contexto, são utilizados como amostra os livros: La coscienza di Zeno (1923), de Italo Svevo, e Uno, nessuno, centomila (1926), de Luigi Pirandello. Para trabalhar relações entre essas obras, o estudo presente em Minha consciência daria um romance se propõe a investigar como o subconsciente humano se revela através da arte da escrita. Em uma pesquisa que analisa a interseção entre a psicanálise e a literatura, Araguaia Solange de Souza Roque entrega um trabalho instigante de grande interesse para esses dois campos do conhecimento.
Este livro se propôs a construir uma história dos manuais pedagógicos, o que significou investigar a constituição de determinadas leituras para professores, desde a edição dos títulos mais antigos dos quais se têm conhecimento, na década de 1870, até o século seguinte, quando foi notável o uso mais recorrente de fotos, ilustrações, capas coloridas, letras maiores, enfim, um conjunto de técnicas editoriais que configuraram outras modalidades de escritos e motivaram práticas de ler pouco frequentes até aquele momento.