A relação entre o historiador e seu tempo é uma das questões cruciais do debate historiográfico, metodológico e teórico, problemática densa e propícia à reflexão crítica acadêmica, eleita como tema do XVIII Encontro Regional de História da ANPUH-SP, realizado em 2006 na Unesp, câmpus Assis.
Antonio Celso Ferreira é doutor em História Social pela Unesp e leciona no curso de História da Unesp, câmpus de Assis.
Holien Gonçalves Bezerra é doutor em História pela USP e leciona na Universidade Federal de Goiás.
Tania Regina de Luca possui graduação, mestrado e doutorado em História Social pela USP e é livre-docente pela Unesp, onde leciona História nos cursos de graduação e pós-graduação. Publicou, além de artigos e capítulos, O sonho do futuro assegurado: o mutualismo em São Paulo (Contexto, 1990); A Revista do Brasil: um diagnóstico para a (n)ação (Unesp, 1999); e Imprensa e cidade (Unesp, 2006, com Ana Luiza Martins), além de organizar diversas outras publicações. É pesquisadora do CNPq.
Este livro é uma homenagem a dezenove dos principais nomes dos séculos XIX e XX que, em seu tempo, contribuíram para o desenvolvimento da ciência histórica. Sem mistificações ou reverências obrigatórias, os textos deste volume mostram que a História não é apenas evolutiva e subjetiva, mas também que entre os grandes historiadores encontramos correspondência, acumulação e complementaridade.
Os ensaios deste livro do historiador François Dosse discutem, entre outras coisas, a questão da identidade nacional tal como ela orientou o discurso histórico francês até o começo do século XX e o seu abandono sob a égide das ciências sociais e do estruturalismo; a importância da hermenêutica de Paul Ricoeur para o historiador ou ainda as interpretações de Maio de 68 e a influência exercida por aquele acontecimento-ruptura sobre a disciplina histórica. O autor analisa também a trajetória de alguns dos principais representantes da Nova História, como Georges Duby, Fernand Braudel e François Furet, e se detém sobre luminares do pensamento estruturalista, como Roland Barthes, Jacques Lacan e Michel Foucault. Apesar da diversidade aparente dos temas, os textos retomam as preocupações de François Dosse para com o estruturalismo e suas relações com a história (e seu esfacelamento).
A atitude descrente é um componente fundamental, original, necessário e, portanto, inevitável em qualquer sociedade. Por isso tem obrigatoriamente um conteúdo positivo, e não se reduz unicamente à não crença. [...] É uma posição que acarreta escolhas práticas e especulativas autônomas, que tem portanto sua especificidade e sua história.
Desde que existe, o homem prevê, afirma o historiador francês. Apesar de universal, a predição adquire diferentes formas ao longo da história da humanidade, passando por adivinhações, profecias, astrologias, utopias e futurologias. Ela não é neutra ou passiva. Corresponde a uma intenção, um desejo ou um temor. Sua importância não é a exatidão, mas seu papel de terapia social ou individual e o reflexo no presente. Nesse sentido, a revela a mentalidade e a cultura de uma sociedade. Ao fazer sua história, o autor busca contribuir para a história das civilizações, analisando seus desdobramentos na religião e na política.
Nas célebres análises de Michel Vovelle, François Lebrun, Pierre Chaunu, Philippe Ariès, John MacManners, dentre outros, sobre a morte nos tempos de outrora, existe uma grande ausência: a morte voluntária. No presente livro, Georges Minois realiza um voo de amplo alcance, debruçando-se sobre farta documentação, para tentar ampliar nosso arsenal argumentativo sobre um dos últimos tabus do nosso tempo.