Advogado, intelectual, educador e escritor, Anísio Teixeira (Caetité, BA, 1900 – Rio de Janeiro, RJ, 1971) é uma figura fundamental na história da educação brasileira. Nas décadas de 1920 e 1930, difundiu os pressupostos do movimento conhecido como Escola Nova que, fundamentado no desenvolvimento do intelecto e na capacidade de julgamento, mostrava as falhas de todo processo pedagógico com base apenas na memorização. Envolvido nas reformas dos sistemas educacionais da Bahia e do Rio de Janeiro por exercer vários cargos executivos e signatário do Manifesto da Escola Nova, de 1932, que defendia o ensino público, gratuito, laico e obrigatório, Teixeira tem sua trajetória revisitada nesta publicação, que enfoca momentos de um intelectual que esteve entre os idealizadores do projeto da Universidade de Brasília (UnB), da qual veio a ser reitor em 1963, sendo afastado após o golpe militar do ano seguinte.
Luís Viana Filho foi professor de Direito Internacional Público, de Direito Internacional Privado e História do Brasil em universidades de direito da Bahia. Foi deputado federal pela Bahia, além de ter participado da Constituinte de 1946. Exerceu a função de ministro para Assuntos da Casa Civil do governo de Camilo Castelo Branco, tendo acumulado por algum tempo o cargo de ministro da Justiça. Foi também senador e governador da Bahia. Homem de múltiplas atividades, colaborou até o fim da vida em órgãos da imprensa nacional. No ano de 1954, ingressou na Academia Brasileira de Letras.
Após 30 anos da primeira publicação desta coletânea, o autor surpreende pela atualidade do pensamento e análises elaboradas no final dos anos 1970. Com diversos artigos, depoimentos e um debate com o autor, é abordada a relação entre saber e poder, escola e burocracia, escola e domesticação e a existência da "delinquência acadêmica". Traz, novamente, a proposta corajosa e viva de que a história construirá a escola popular e de acesso ao povo e apresenta debate que expõe o que significam os vestibulares à universidade, concluindo que "é lamentável que loucos dirijam cegos".
A publicação desta terceira edição do Dicionário de políticas públicas procura subsidiar não só gestores públicos e especialistas na área, mas também cidadãos (estudantes e profissionais dos mais variados setores) interessados em aprofundar as questões referentes às políticas públicas.
Em um percurso no qual se entrelaçam debates teóricos e metodológicos sobre alfabetização, Mortatti destaca o problema do método como objeto de estudo privilegiado da reflexão pedagógica no Brasil. Essa escolha serve de eixo a uma reconstrução da história da alfabetização, que vai do aparecimento da Cartilha maternal (1876) às pesquisas sobre psicogênese e ontogênese da língua efetuadas nos anos 1980.
Considerado o melhor escritor realista português do século XIX, José Maria de Eça de Queiroz (Póvoa de Varzim, 1845 - Paris, 1900), é autor de obras clássicas como Os Maias e O crime do Padre Amaro. Esta biografia utiliza vasta correspondência do artista, parte dela incorporada à Biblioteca Nacional de Lisboa. É possível assim conhecer o homem de humor irreverente e estilo simples e fluente. Eça de Queiroz é apresentado como um idealista sinceramente envolvido com a inserção de Portugal no mundo moderno. Nesse sentido, sua obra jornalística e novelesca pode ser lida como uma crítica ao atraso cultural e uma tentativa de colocar a alma lusa em sintonia com um novo mundo científico do qual Portugal não podia ficar distante.
Em meio a um acelerado avanço tecnológico, o mundo capitalista se viu às voltas, no final do século XX, com uma variedade de males que acreditava haver erradicado: desemprego, depressões cíclicas, população indigente em meio a um luxo abundante e o Estado em crise. As próprias revoluções tecnológicas nas áreas do átomo, da informação e da genética se desenvolvem num estado de vazio ético no qual as referências tradicionais desaparecem. Um claro paradoxo se instala nas sociedades pós-modernas: ao mesmo tempo que se libertam das amarras dos valores de referência, a demanda por ética e preceitos morais parece crescer indefinidamente. O economista Gilberto Dupas busca, neste livro, em 2ª edição revista e ampliada pelo autor, uma ética para os novos tempos capaz de introduzir o dever onde tudo é poder. E pergunta-se como o Estado poderia recuperar sua condição de efetivo representante da vontade da sociedade civil.