São muitos os agentes que, de alguma forma, interferem no processo de produção dos livros. No circuito editorial da Europa moderna, o texto do autor materializado em obra só chegava às mãos do leitor após passar por diversos intermediários: censores, copistas, editores, impressores, revisores etc. Sabendo disso, Roger Chartier nos convida à seguinte investigação histórica: examinar o problema da mobilidade das obras do ponto de vista da tradução dos textos entre os séculos XVI e XVIII. E aqui, vale notar o sentido abrangente do termo: tradução com significado não apenas de passagem das palavras de uma língua a outra, mas também de "translação", isto é, qualquer tipo de mudança verificada nos textos (e, por conseguinte, nas obras) ao longo de suas sucessivas versões, até mesmo nos registros de uma mesma língua.
É notório que a indústria e o mercado editorial enfrentam seu maior desafio desde Gutenberg. Escrito em meio ao calor dos acontecimentos, este livro conta a história das turbulentas décadas em que a indústria de publicação de livros colidiu com a grande revolução tecnológica de nosso tempo.
Na obra, Robert Darnton volta seu olhar a um grupo de editores europeus que se dedicava a publicar e distribuir versões pirateadas de célebres autores franceses. O autor oferece uma visão panorâmica do mundo da escrita, publicação e venda de livros na França pré-Revolução, com um olhar vibrante e detalhado de uma indústria competitiva em busca de constante reinvenção e de tornar-se lucrativa. O livro revela como e por que a pirataria levou o Iluminismo a todos os cantos da França, alimentando as ideias que culminariam em revolução.
Marisa Lajolo e Regina Zilberman apresentam aqui um traçado consistente do nascimento, da consolidação e das transformações das práticas de leitura da sociedade brasileira, sem ignorar o fato de que cada época, cada obra e cada autor trazem consigo características próprias. Por esse viés, acompanhamos, fascinados, o amadurecimento do leitor – o que, por consequência, também nos esclarece sobre as conexões intrínsecas entre o universo fantasioso (e fantástico) da literatura e o mundo social em que habitamos.
Este livro conta a jornada em busca de oito livros perdidos, livros quase míticos: todos aqueles que os procuram estão certos de que existem e de que vão encontrá-los, mas ninguém realmente tem provas concretas e conhece rotas seguras até eles. Muitas vezes, as pistas são fugazes e a esperança de encontrar essas páginas é mínima. Mesmo assim, a viagem vale a pena. São livros que existiram e desapareceram. Byron, Gógol, Hemingway, Walter Benjamin e Sylvia Plath estão entre os autores desses ilustres desconhecidos. Os livros perdidos não são livros esboçados pelo autor e nunca nascidos: são aqueles que o autor escreveu, que alguém viu e talvez tenha até lido, e então foram destruídos ou desapareceram de alguma maneira. Livros queimados, rasgados, roubados... livros que não chegaram a nós, mas sobre cuja existência se tem certeza.
Este livro descreve com exatidão filológica o longo processo de composição da escrita. Estuda toda uma série de elementos que vão desde o tipo de suporte usado (o papiro, o pergaminho, as tabuletas de cera com o estilete), até, na outra ponta, aspectos ligados à difusão da obra, passando metodicamente pelas etapas da redação e das várias modalidades de edição.
Nos ensaios que compõem este livro, Chartier – dialogando com autores como Braudel, Febvre, Ricouer e Freud – analisa esses processos, abordando as continuidades e rupturas em relação ao tratamento que é dado aos livros nas editoras dos dias atuais. O cuidadoso exame de palavras, sentenças, pontuação e traduções emoldura o quadro da produção do livro através do tempo. Estão em foco os autores que vêm se dedicando ao exame minucioso dessas camadas de sedimentos textuais, em busca dos rastros que o processo editorial deixou depositados sobre os textos no decorrer da História. Tomando as obras de Cervantes e Shakespeare como exemplo dos efeitos e variações “impressos” pelo processo editorial, Chartier investiga também a constituição do cânone literário e a noção de autoria nos séculos passados.
Neste estudo, analisam-se as políticas públicas voltadas para o livro escolar e o mercado editorial brasileiro a partir de 1985. Mostram-se as tensões de um mercado milionário e investigam-se as relações entre os fenômenos extraescolares inerentes à política e à economia do livro didático, onde as disputas por espaço são agressivas, numa abordagem clara e instigante sobre os vínculos entre Estado, economia, cultura e educação.
O mercado editorial vive tempos turbulentos. Durante aproximadamente cinco séculos, os métodos e as práticas de publicação de livros permaneceram os mesmos. Porém, na aurora do século XXI, a indústria de livros talvez tenha chegado diante de seus maiores desafios desde Gutenberg. Uma conjunção de pressões econômicas e mudanças tecnológicas vem forçando as editoras a alterar suas práticas e a refletir profundamente sobre o futuro dos livros na era digital.
A partir do exame das ações do PNBE – Programa Nacional Biblioteca na Escola – e dos impactos de uma política pública no espaço escolar, este livro discute dados de pesquisa realizada nas 181 escolas do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte.