A participação em São Paulo é uma obra pioneira, resultado de anos de trabalhos com temas relativos à participação popular e associativismo desde o começo do processo de democratização. Coordenada pelo sociólogo Leonardo Avritzer, com a colaboração de especialistas de diversas áreas, A participação em São Paulo relaciona os dados da pesquisa sobre o associativismo em São Paulo com análises de temas candentes, como a cultura ambivalente da metrópole, a pluralidade religiosa e a ação dos movimentos sociais na capital. De forma dinâmica, aborda também temas relacionados à participação popular no âmbito do planejamento urbano, constituição de novas políticas democráticas, a institucionalização dos conselhos municipais de políticas públicas e o Orçamento Participativo.
Leonardo Avritzer é pós-doutor em Ciência Política pelo Massachusetts Institute of Technology – MIT. É professor adjunto do Departamento de Ciência Política da UFMG e há vários anos desenvolve pesquisas sobre sociedade civil e, mais recentemente, sobre espaços de participação política. É reconhecidamente um dos maiores especialistas no tema "Orçamento Participativo" no Brasil, tendo publicado vários artigos e livros sobre o assunto.
Por que, como e por quem são feitas modificações no formato das políticas que regem a cidade? Com a participação de quais atores – internos e externos ao Estado – e com que debate público e conhecimento dos cidadãos? De que forma essas mudanças seguem racionalidades técnicas e/ou interesses específicos e particularistas? Quais elementos, atores e processos influenciam a produção das políticas nas cidades em uma direção ou em outra? Este livro persegue respostas a pergunta como essas, analisando as políticas públicas responsáveis pela construção, pela manutenção e pelo funcionamento da maior metrópole brasileira e sul-americana – São Paulo – desde a redemocratização.
A Revolta ou Revolução de 1924 teve efeitos profundos nos acontecimentos subsequentes da turbulenta trajetória brasileira. Entretanto, foi sempre objeto de estranha desatenção e nunca fez parte do calendário de efemérides de São Paulo. Seja pela deliberada intenção de ocultar os fatos, seja pelo constrangimento que evocou entre vitoriosos e vencidos, esta foi uma "Revolução Esquecida" pela história. Os registros fotográficos dessa campanha mostram, contudo, a extensão brutal da presença, rara no Brasil, de um bombardeio maciço sobre uma paisagem urbana ainda hoje corriqueira para os paulistanos: o largo da Sé, a Mooca, o Brás, Perdizes... Recuperação da memória e retrato de uma tragédia semioculta, Bombas sobre São Paulo suscita no leitor um impacto ao mesmo tempo dramático, inesperado e elucidativo tanto sobre a cidade tanto quanto sobre o Brasil.
A obra do cientista político e historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira apresenta vários aspectos realmente inéditos do processo que culminou com a queda dos regimes comunistas no Leste Europeu, a derrubada do Muro de Berlim e a desintegração do chamado Bloco Socialista. Um desses aspectos é a participação do KGB, o serviço secreto soviético, com a colaboração dirigentes do Stasi, o serviço de inteligência da RDA, na derrubada de Erich Honecker. Essa e outras informações sobre as lutas internas entre os dirigentes da extinta República Democrática Alemã, antes e depois da demolição do Muro de Berlim, foram obtidas em entrevistas feitas diretamente com Egon Krenz, o sucessor de Honecker, Hans Modrow e Lothar de Maizière que foram primeiros-ministros entre a demolição do Muro de Berlim e a reunificação da Alemanha, e com Günter Schabowski, membro do Politburo do SED. Também Vernon Walter, embaixador dos EUA em Bonn, deu o seu depoimento. Todos esses homens desempenharam o mais relevante papel nos acontecimentos, e suas entrevistas, concedidas em janeiro/fevereiro de 1991, permitiram que o autor reconstruísse a história e desvelasse a trama que ocorreu nos bastidores da RDA, antes e depois da abertura do Muro.
Livro que enfoca parte importante da militarização da burocracia, com a influência direta das Forças Armadas em instâncias estatais de natureza civil (Comunicações e Educação). Expressa o destaque de tais áreas, a perspectiva gerencial e política de alguns setores militares sobre assuntos relevantes, nos quais reconheciam valor estratégico para o desenvolvimento do Estado. Demonstrada a importância fundamental da Educação e das Comunicações para o Estado no regime militar, a autora revela meandros da administração pública nesses dois Ministérios, durante um período de 27 anos.
Este livro investiga a busca de alegria, bem-estar e saúde – ou tudo que faz a vida durar – em duas aldeias mbya (guarani) no litoral sul do estado do Rio de Janeiro: Araponga e Parati Mirim. Ao mesmo tempo que analisa a extensa literatura antropológica sobre os Guarani, à luz dos desenvolvimentos mais recentes da etnologia americanista, Elizabeth Pissolato trata de temas como o xamanismo, o parentesco, os cuidados com as crianças e a vida diária, de um modo geral pouco explorados nesse tipo de pesquisa. Sob uma ótica bastante original, que privilegia a experiência individual das relações sociais, com ênfase para os atos e palavras dos próprios Mbya, a pesquisadora se dedica à etnografia dos deslocamentos, examinando as condutas pessoais e os comentários em torno das andanças por lugares. É na mudança frequente de lugar e de perspectiva que os Mbya, de fato, apostariam na conquista de condições renovadas de continuar existindo nesta terra.