A definição do que seja uma boa tradução chega a ser quase um lugar comum: equivaleria a um texto fluente, transparente, livre de peculiaridades linguísticas ou estilísticas a tal ponto que reflita a personalidade, ou a intenção, ou o sentido-chave da obra correspondente na qual se baseia. Em suma: quando ele chega a fazer com que o leitor se esqueça por alguns momentos de que está lendo uma tradução. É na investigação dessa imagem aparentemente plácida, mas marcada por dificuldades e complexidades de diversas ordens, que Lawrence Venuti se detém neste livro, desenhando um panorama do mundo das traduções, do século XVII ao presente, muito mais rico do que a imagem usual permite supor.
– Lawrence Venuti, professor emérito de Língua Inglesa na Temple University, é teórico de tradução, historiador e tradutor. É autor de outras obras índice na área de tradução, das quais a Editora Unesp publicou Escândalos da tradução: por uma ética da diferença, em 2019.
No presente livro, Lawrence Venuti expõe o que ele classifica como "escândalos da tradução", observando a relação entre a tradução e as instâncias – corporações, governos, organizações religiosas, editores – que precisam do trabalho do tradutor, mas que eventualmente ainda marginalizam essa função. Como um texto que vai ser publicado num jornal, numa revista, num livro, deve ser traduzido? Quais são os elementos culturais ocultos em qualquer tradução? Estas são algumas questões discutidas neste livro por Lawrence Venuti, que ilustra seus argumentos com traduções da Bíblia, obras de Homero, Platão e Wittgenstein, romances japoneses, africanos, além de textos publicitários e jornalísticos.
Densas florestas, sangrentos campos de batalha, agitadas águas lacustres, elevados muros de conventos, slitários repicares de sinos de igrejas, aromáticas castanheiras e misteriosas calmarias noturnas. Todos esses elementos são encontrados na obra de Stendhal – pseudônimo do escritor francês Henri Beyle (1783-1842) –, intérprete da sociedade francesa no período pós-Napoleão Bonaparte.
Tradução, letras, conduta ética, qualidades essenciais do tradutor, humildade intelectual, paciência, fidelidade ao pensamento, emoção do original, cultura geral, cultura literária, cultura psicológica, cultura histórica, pendor artísticoApós 50 anos de sua primeira edição, este livro, de autoria de um dos mais renomados tradutores brasileiros de todos os tempos, influenciou gerações de profissionais. Ao conscientizá-los de que devem ir além das letras, seguindo uma conduta ética, com alerta para as qualidades essenciais do tradutor: humildade intelectual, paciência, fidelidade ao pensamento e emoção do original e cultura geral, não só literária, como também psicológica e histórica, além do pendor artístico, conclui que traduzir é uma verdadeira arte.
Este livro analisa a veia satírica de Olavo Bilac, "contrapondo sua biografia literária às questões destacadas pela recepção ulterior da obra, ... chamando atenção para os pontos não suficientemente investigados do acervo artístico do escritor e denunciando em que medida as lacunas se intalaram por força do preconceitos que ainda vêm cercando a compreensão da obra do poeta". Alvaro simões examina os poemas satíricos de Olavo Bilac, abordados conforme o periódico em que apareceram, sistemática que permite acompanhar o percurso histórico dessa produção ao mesmo tempo que a análise dos poemas individuais faculta o conhecimento de sua temática, estilo e gênero. Predomina a paródia, utilizada para expressar não apenas a vida política na ocasião, final do século XIX, mas também o cotidiano carioca da época. Os poemas aproximam-se ao fait-divers do jornal, coerente com o veículo que difundia os versos satíricos de Bilac, propiciando o entendimento de hábitos populares e problemas marcantes da sociedade brasileira, considerados os esforços de modernização em curso no período.
Por que a escola não vem obtendo o sucesso esperado no processo de ensino e de aprendizagem da produção escrita de textos nos últimos anos, apesar de privilegiar essa atividade? Por que mesmo as pessoas altamente escolarizadas não têm tido um bom desempenho, quando se trata de produzir um texto escrito bem elaborado? Para responder a essas questões, a autora leva em conta o pressuposto teórico da junção da linguagem e do pensamento, revelando uma nova categoria híbrida: o pensamento verbal, que se torna agora o suporte para uma nova pedagogia da produção escrita de textos. Nessa linha, considera, além das dimensões gramatical e pragmática da linguagem humana, uma nova face: a dimensão ideativa, que tem em vista os elementos lógico-semântico-cognitivos do pensamento. Com os dados fornecidos por um corpus constituído de produções de alunos da primeira série do ensino superior, recém-egressos do ensino médio, Textualidade e ensino propõe ainda algumas estratégias didático-pedagógicas que visam a articular a teoria subjacente à pesquisa com uma prática efetiva em sala de aula, procurando superar o insucesso das estratégias didáticas da produção escrita de textos.