O movimento de inclusão de crianças com deficiência visual na rede regular de ensino suscitou, nos últimos anos, uma série de discussões, especialmente pelo fato de haver poucos profissionais preparados para lidar com o assunto. O livro aborda essa questão de maneira atual e com um rico conteúdo, trazendo à tona assuntos que vão ao encontro das necessidades específicas de crianças com deficiência visual.
Sílvia Elena Ventorini é doutora pelo Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Unesp. Atua na área da Cartografia Tátil e no estudo da organização espacial de pessoas cegas.
O livro discorre sobre a trajetória da autora na busca de fundamentação teórico-metodológica para analisar dados sobre a organização espacial de alunos cegos. A pesquisa foi desenvolvida em uma escola especial com o objetivo de investigar como os educandos cegos organizavam os objetos no espaço e que estratégias usavam para constituir suas representações. Os educandos representaram locais de seu cotidiano por meio de desenhos, maquetes e narrativas. A pesquisadora também dialogou com estudiosos da área da Psicologia que investigam os desenvolvimentos motor e cognitivo de crianças cegas e a relação delas com o espaço. As análises dos resultados indicam que os alunos cegos exploram os objetos no espaço tendo como base o eixo de simetria do próprio corpo e, por isso, suas representações são elaboradas nas perspectivas vertical, horizontal e oblíqua. Ainda usam a distância funcional para medir o espaçamento entre um objeto e outro no espaço, assim como para estabelecer as formas e tamanhos de objetos menores.Nestas leituras, a autora também constatou a importância das relações sociais nos referidos desenvolvimentos. Assim, elaborou sua análise de uma perspectiva histórico-cultural, pois a seu ver pesquisar como o outro organiza e representa o espaço significa investigar também as suas relações sociais.
Obra que apresenta um conjunto de iniciativas inovadoras surgidas durante a implantação, a partir de 1996, do Plano Nacional de Qualificação do Trabalhador (Planfor). Apoiadas pela Secretaria de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE/SPPE) e pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), as iniciativas transferem conhecimentos - que podem ser adaptados conforme as necessidades regionais - sobre a gestão de políticas de geração de emprego e renda, seguro-desemprego e informações a respeito do mercado de trabalho e qualificação profissional.
Neste livro de Caroline Mitrovich, a autora realiza a análise de três ensaios fundamentais de Walter Benjamin: Experiência e pobreza, Sobre alguns temas em Baudelaire, Sobre o conceito de história. O propósito por trás dessa avaliação reside em sua tentativa de desvelar as contribuições do filósofo alemão para o campo da Educação. Estas obras de Benjamin contempladas aqui estão centradas nos conceitos de formação cultural e experiência, formulados pelo filósofo como alternativas à ideia de formação pautada na rigidez do saber científico. Caroline Mitrovich reflete sobre como essas concepções contribuem para uma visão que se opõe à hegemonia do pensamento cartesiano e lógico, abrindo mais possibilidades para o processo de formação do indivíduo. Neste estudo denso, o livro busca na filosofia benjaminiana os conceitos para avaliar a Educação.
Este estudo realizado por Patrícia Bergantin Soares Paggiaro foca em um decisivo momento da vida do adolescente: a escolha da carreira profissional. Pertinente para entender esta passagem conturbada e cheia de inseguranças, esta obra avalia as interferências emocionais que podem abalar psicologicamente o adolescente. A autora enfatiza, por exemplo, como falar em excesso sobre o assunto pode causar estresse e ainda mais incertezas no indivíduo. Outro ponto por ela debatido reside na própria pressão representada pelos pais, que por vezes sufocam os filhos com expectativas e cobranças. Para chegar a este quadro do comportamento do jovem em um momento de decisão, Patrícia Paggiaro, em coautoria com Sandra Leal Calais, testou a eficácia de uma intervenção em grupo com alunos do ensino médio prestes a se inscrever para o vestibular. Ela buscou realizar, junto aos pais, um trabalho de aproximação com os adolescentes para facilitar a abordagem da questão. A autora, portanto, tenta encontrar um caminho menos tortuoso para esta fase, entregando um preciso trabalho para a psicologia juvenil para estudiosos da educação.
Neste livro investiga-se entidades assistenciais que atendem a crianças e a adolescentes no contexto das políticas públicas de Assistência Social. Há um grande número desses estabelecimentos assistenciais na atualidade brasileira que vem sendo ocupado por trabalhadores da psicologia, visando desenvolver trabalhos socioeducativos. Tais estabelecimentos demandam análises rigorosas sobre os efeitos éticos que promovem na vida social. Trata-se de assunto de interesse de psicólogos, assistentes sociais, educadores sociais, pedagogos, sociólogos, docentes e também para outros profissionais das ciências humanas.