'A Revolução Chinesa' e 'A Revolução Coreana' ganham nova tiragem

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quinta-feira, 6 de abril de 2017

Organizada e dirigida pela historiadora Emília Viotti da Costa, a coleção Revoluções do Século 20 oferece ao leitor um amplo quadro das revoluções contemporâneas. Além disso, os livros da coleção possuem leitura e preço acessíveis. Dois volumes que estavam esgotados acabam de chegar da gráfica para completar a coleção: A Revolução Chinesa e A Revolução Coreana.

A China passou os primeiros cinquenta anos do século XX envolvida em distúrbios, guerras e revoluções. Os desdobramentos posteriores à Guerra do Ópio, em 1840, ao Movimento de 4 de maio de 1919 e à proclamação da República Popular, em 1949, dificilmente podem ser entendidos sem um conhecimento razoável do processo histórico que antecedeu tais acontecimentos. A Revolução Chinesa, de Wladimir Pomar, repassa a rica, variada e complexa história desses movimentos. 

As raízes da Revolução Chinesa encontram-se fincadas na tradição dos conflitos entre os senhores feudais, das rebeliões camponesas e das guerras pela unificação nacional. O texto parte da passagem das comunidades primitivas para o escravismo e a transição ao sistema feudal, que vai do século VIII ao III a.C. Mostra que as revoltas camponesas estão presentes desde então e que a guerra entre os feudais tanto desagregaram o território quanto tendiam para a unificação nacional. No final do século XVIII, transformaram-se em movimento nacionalista republicano e, a partir do 4 de maio de 1919, tornaram-se um poderoso movimento nacional e democrático. 

O estudo analisa a fundação do Partido Nacional do Povo (Guomindang) e o rompimento com o Partido Comunista, que encerrou a primeira guerra civil e deu início à segunda. Examina a guerra de resistência contra o Japão, entre 1937 e 1945, e a terceira guerra civil quando o povo chinês reconheceu nos comunistas aqueles que haviam realmente contribuído para evitar a colonização do país pelos japoneses e os apoiou na instauração da República Popular da China, em 1949.

A obra aborda o Movimento das Flores lançado, em 1957, para debater como combinar o desenvolvimento das forças produtivas com a melhoria constante do bem-estar do povo. São enfocados o Grande Salto Adiante, entre 1958 e 1960, os reajustes econômicos de 1962 a 1964, o Programa das Quatro Modernizações, a Revolução Cultural (1966) e o programa de reformas que foi oficialmente desencadeado em 1980. Por fim, faz um panorama da China no século XXI.

Para compreender A Revolução Coreana e o socialismo Zuche, de características originais, sugere o livro de Paulo Fagundes Visentini, Analúcia Danilevicz Pereira e Helena Hoppen Melchionna, é preciso levar em conta uma história que começa na antiguidade. No enredo despontam de questões geopolíticas milenares e elementos da cultura asiático-confuciana a fenômenos como a invasão japonesa e os movimentos revolucionários russos e chineses ao longo do século XX, além da guerra que dividiu a península em duas repúblicas no começo dos anos 1950.

A forte ênfase do regime na autonomia, por exemplo, e aspectos da diplomacia, explicam-se pelo fato de ser a Coreia do Norte a única pequena nação do planeta encravada entre três grandes potências (China, Japão e Rússia). E a divisão territorial que estabeleceu o regime capitalista no sul aumentou substancialmente o nível de tensão na região, transformado o país em área tampão das potências socialistas do norte.

Para os autores, também resultam desse contexto, além da busca por autonomia, o “relativo isolamento” do país e a “opacidade do regime”, bem como a extrema militarização do Estado e da sociedade. Já o nacionalismo exacerbado refletiria a persistência de elementos histórico-culturais emanados de uma matriz civilizacional asiático-confuciana e seria um instrumento político cultivado pelo regime.

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp