Sociólogo alemão debruça-se sobre a seguinte contradição: se podemos ganhar enormes quantidades de tempo com a tecnologia, por que não dispomos mais de tempo para a vida?
É possível imaginar um mundo em que os avanços tecnológicos possibilitassem aos humanos uma enorme economia do tempo. Mas o que vemos é que as pessoas parecem dispor cada vez mais de menos tempo. E daí surge o paradoxo ao qual o sociólogo alemão Hartmut Rosa se dedica. O efeito inicialmente libertador e fortalecedor da aceleração social moderna, que está conectado com o aumento da velocidade técnica de transporte, comunicação ou produção, ameaça se transformar em seu oposto na modernidade tardia. Dessa questão parte Aceleração: a transformação das estruturas temporais na Modernidade, que acaba de ganhar nova tiragem.
“Portanto, gostaria de propor, aqui, a seguinte definição”, escreve Rosa, “uma sociedade é moderna quando apenas consegue se estabilizar dinamicamente; quando é sistematicamente disposta ao crescimento, ao adensamento de inovações e à aceleração, como meio de manter e reproduzir sua estrutura”.
Ao longo de quatro grandes eixos, Rosa trafega sistematicamente pelos conceitos de aceleração da dinâmica das condições sociais, conceituando, para isso, os processos de alienação e ressonância, e investigando as causas e os impactos dessa escalada.
“Primeiramente, conceituo o processo de aceleração aqui exposto como sintoma e consequência da circunstância de serem as sociedades modernas capazes de se estabilizar apenas dinamicamente, de serem sistemática e estruturalmente dispostas a crescer, transformar-se e acelerar-se sempre mais para poder conservar sua estrutura e estabilidade”, escreve. “Em segundo lugar, comecei a elaborar sistematicamente o conceito de ressonância, até aqui apenas insinuado, como contraconceito à alienação [Entfremdung], e, com ele, a propor uma nova medida para a vida bem-sucedida.”
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