'Afinidades revolucionárias' ganha segunda edição

Notícia
Notícias
sexta-feira, 31 de maio de 2019

Os casos de conflitos, conspirações sórdidas, traições sujas e confrontos armados entre marxistas e anarquistas são abundantes. Eventualmente, resgatam-se alguns sobre colaboração e convergência, caso da Frente Única Antifascista que enfrentou os camisas-verdes de Plínio Salgado na Praça da Sé, em outubro de 1934, como lembra a introdução brasileira de Afinidades revolucionárias: nossas estrelas vermelhas e negras. Por uma solidariedade entre marxistas e libertários, obra que acaba de ganhar segunda edição e tem justamente como objetivo salientar a solidariedade histórica entre militantes anticapitalistas de todas as vertentes. 

Para isso, Olivier Besancenot e Michael Löwy se colocam sob o signo da I Internacional, fundada em 1864, uma associação pluralista que conheceu em seus primeiros anos convergências entre suas correntes mais radicais. Assim, descrevem a trajetória dos movimentos sociais privilegiando uma característica geralmente ignorada: a fraternidade entre seus combatentes, as alianças e solidariedades atuantes entre anarquistas e marxistas. Da Comuna de Paris até nossos dias, quase sempre em meio a enfrentamentos sangrentos, é uma história na qual figuram Louise Michel e Rosa Luxemburgo, Walter Benjamin, André Breton e Daniel Guérin, chegando até ao subcomandante Marcos e aos altermundistas. Desde uma perspectiva ecossocialista e libertária, Besancenot e Löwy discutem a ‘tomada do poder’, o próprio ecossocialismo, a planificação, o federalismo, a democracia direta, a relação sindicato/partido. 

Obra sensível, Afinidades revolucionárias defende que o campo revolucionário pode ser portador da mesma esperança de mudança anticapitalista, feminista, antirracista e democrática. Ou, nas palavras dos autores, o livro é escrito na esperança de “que o futuro seja vermelho e negro: o anticapitalismo, o socialismo ou o comunismo do século XXI deverá sorver nessas duas fontes de radicalidade. Queremos semear alguns grãos de marxismo libertário, na esperança de que encontrem um terreno fértil para crescer e produzir folhas e frutos”.  

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp