Considerado por Antonio Candido como “fascinante”, livro analisa a "homologia estrutural" entre as linguagens poética e pictórica
O livre-docente em Teoria Literária e professor associado sênior da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Aguinaldo Gonçalves apresenta, em Transição e permanência: Miró / João Cabral – da tela ao texto, uma análise detalhada do sistema poético de João Cabral de Melo Neto. A partir do exame da macroestrutura e dos procedimentos de linguagem nos poemas de A educação pela pedra, bem como das observações sobre a poética pictórica do pintor espanhol Joan Miró, ele estabelece o que chama de "homologia estrutural" entre as linguagens poética e pictórica. Ao longo dessas leituras, Aguinaldo Gonçalves destaca momentos de convergência em que o verbal e o visual formam uma intrincada rede de análises. O livro ganha segunda edição revisada publicada pela Editora Unesp.
O crítico literário Antonio Candido classificou este livro como fascinante: “Apreciei nele a imaginação criativa com que foi escolhido o assunto e a maestria técnica com que foi conduzida a redação. O assunto é difícil, e temos visto muita gente boa tentar em vão coisa parecida no plano internacional. Refiro-me a estudos sobre poesia e pintura, poesia e música, poesia e poesia, pintura e pintura”, anotou. “O que me impressionou ainda mais foi o jogo paralelo das análises comparativas, isto é, por exemplo, Hendrick Sorgh e Miró, Vinícius e João Cabral, Miró e João Cabral.”
As observações intertextuais sobre João Cabral permitem um salto para a intersemioticidade que envolve Miró. Essa comparação entre as artes prepara a investigação da linguagem do poeta, marcada por uma intensa leitura de sua própria obra (autotextualidade), sem desconsiderar suas relações com as artes plásticas. As leituras de Aguinaldo Gonçalves são momentos de convergência em que o verbal e o visual tecem uma rede bem elaborada de anotações analíticas.
“É preciso ainda mencionar a excelente linguagem do trabalho: bonita, correta, expressiva, usando devidamente o vocabulário técnico da crítica moderna sem falso pudor, mas evitando o tecnicismo e o exibicionismo, que frequentemente o acompanham entre os menos avisados”, registra Antonio Candido. “Ressalto a felicidade das imagens e das expressões, que fazem para o trabalho crítico a mesma coisa que a lucidez poética de João Cabral faz para o poema, segundo o autor, isto é: ele fala da pedra, e não sobre a pedra. Aguinaldo Gonçalves também quase sempre fala de João Cabral e não sobre ele – porque consegue, graças à pertinência da linguagem crítica, ficar de dentro, em posição-chave para perceber os valores profundos da construção e das correlações inspiradoras.”
Sobre o autor – Aguinaldo Gonçalves foi livre-docente em Teoria Literária e professor associado sênior da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Mestre e doutor em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), graduado em Letras (Português-Inglês) e Latim pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São José do Rio Preto (Fafi). Foi poeta, escritor, crítico de arte e teórico na área da literatura e orientou pesquisas nos níveis mestrado e doutorado no Programa de Pós-graduação em Letras da Unesp. Publicou em áreas diversas da literatura, com ênfase na intersemiótica, nas relações homológicas entre palavra e imagem.
Título: Transição e permanência: Miró / João Cabral – da tela ao texto
Autor: Aguinaldo José Gonçalves
Número de páginas: 208
Formato: 13,7 x 21 cm
Preço: R$ 68
ISBN: 978-65-5711-213-7
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