Antropólogo discute autonomia dos símbolos e seu papel na criação da cultura

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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Apoiado na sua experiência em diferentes frentes acadêmicas, Roy Wagner fala sobre a criação do significado, examinando as qualidades não referenciais dos símbolos

Símbolos estão presentes na humanidade desde os tempos imemoriais. Mas por que devemos estar atentos a eles? Na importante pesquisa Símbolos que representam a si mesmos, lançamento da Editora Unesp, o antropólogo Roy Wagner traz à tona uma discussão sobre “a autonomia dos símbolos e seu papel na criação da cultura”. O ponto nevrálgico da obra, trazido previamente em seu livro anterior A invenção da cultura, carrega, simultaneamente, simbologia, filosofia e evolução, revelando o significado como forma de percepção a que os seres humanos são adaptados física e mentalmente. 

“Este livro é sobre o sentido como poder organizador e constitutivo na vida cultural”, escreve Wagner. “Seu argumento é de que o fenômeno humano é uma ideia única e coerente, organizada mental, física e culturalmente em torno da forma de percepção que chamamos de ‘sentido’".

Ao longo dos sete capítulos, o autor discutirá os símbolos como sendo o resultado mais imediato e discreto na relação entre pesquisador e seu campo, fortemente ligado com a linguagem, que, como sabemos, é essencialmente simbólica. “Seriam os símbolos a unidade monetária acadêmica, uma moeda cunhada por indústrias de conhecimento pós-coloniais para que, fazendo uso do imenso capital acumulado de literaturas, filosofias e ‘fatos’ estabelecidos, pudéssemos comprar a produção semântica dos chamados “objetos” de pesquisa?”, questiona. 

Roy Wagner mergulha fundo quando se trata de seu embasamento para discutir os símbolos: o autor se apoia sobre seus muitos anos de pesquisa entre os povos Daribi da Papua-Nova Guiné e nos estudos iconográficos sobre os Walbiri da Austrália, além de discutir os conceitos de tempo e a tecnologia ocidental. Tudo isso forma um quadro de tópicos históricos relevantes para as “simbolizações ‘nucleares’ da religião medieval e da filosofia secular moderna e, por fim, algumas questões evolucionárias envolvendo o corpo e o cérebro humanos”. Wagner não deixa de tratar também da questão da criação do significado, examinando as qualidades não referenciais dos símbolos – como suas propriedades estéticas e formais – que permitem que eles representem a si mesmos, o que remete ao título de seu trabalho.

Sobre o autor – Roy Wagner é professor de Antropologia na Universidade de Virginia. Seu livro A invenção da cultura é um clássico da Antropologia contemporânea.

Título: Símbolos que representam a si mesmos
Autor: Roy Wagner
Tradução: Priscila Santos da Costa
Número de páginas: 197
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 38,00
ISBN: 978-85-393-0709-8

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp