Alessandra El Far mostra como homens e mulheres da burguesia urbana carioca trocavam mensagens secretas de amor por meio de um código baseado em flores e frutos
(Foto: Joao Carlos Medau/Wikimedia Commons)
Em 1819, Charlotte de La Tour publicava na França Le langage des fleurs, uma obra que conferia a cada tipo de flor um significado específico relacionado às experiências do amor romântico. Suas páginas contavam com textos de um visível requinte literário e ilustrações coloridas. O imenso sucesso do livro de La Tour na Europa e em países do continente americano atravessou o século XIX e incentivou a publicação de diversos outros títulos de semelhante teor. Não demorou para que a linguagem das flores chegasse ao Brasil. No entanto, aqui, recebeu a roupagem de um dicionário de consulta ligeira voltado sobretudo às práticas sociais do namoro. Em A linguagem sentimental das flores e o namoro às escondidas no Rio de Janeiro do século XIX, a antropóloga Alessandra El Far recupera a presença desse código amoroso no cotidiano da corte imperial, uma sociedade marcada por diversas outras estratégias veladas de cortejo, devido às rígidas convenções morais da época e à dinâmica da ordem patriarcal brasileira que ainda concedia aos pais o costume de decidir sobre o destino matrimonial de seus filhos.
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https://www.youtube.com/watch?v=8rSQbXo31yE
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